O Rio Grande do Sul tem 18 municípios entre os cem mais desenvolvidos do país, aponta pesquisa do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). Das 490 cidades gaúchas avaliadas nas áreas de emprego e renda, educação e saúde, 485 (ou 99%) apresentam desempenho considerado alto ou moderado.
Divulgada nesta quinta-feira (28), a edição 2018 do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) reúne dados de 2016 – os últimos disponíveis, conforme a entidade. As informações integram bancos de estatísticas dos ministérios do Trabalho e Emprego, da Educação e da Saúde.
O levantamento indica que apenas São Paulo apresenta mais municípios (58) do que o Rio Grande do Sul no grupo dos cem melhores resultados. O coordenador de estudos econômicos do Sistema Firjan, Jonathas Goulart, destaca o resultado gaúcho na área de saúde – proporcionalmente, o Estado é o que reúne mais cidades do país com nível de excelência nesse segmento: 84,9% (ou 421).
— O Rio Grande do Sul está em uma posição bastante favorável. O fato de 99% dos municípios estarem em nível moderado ou alto de desenvolvimento mostra isso. Dentro das vertentes analisadas, a que mais chamou atenção foi saúde — frisa Goulart.
Criado em 2008, o IFDM varia de 0 a 1 ponto. Quanto mais próximo de 1, melhor a avaliação dos municípios. Com isso, as cidades são agrupadas em quatro categorias de desenvolvimento: baixo (0 a 0,4), regular (0,4 a 0,6), moderado (0,6 a 0,8) e alto (0,8 a 1).
O maior indicador entre as cidades gaúchas foi registrado no Vale do Caí. Com crescimento em emprego e renda, Vale Real teve IFDM de 0,8807 ponto e tomou de Lajeado a liderança do ranking.
A marca é a quarta mais elevada do país. Polo da indústria de alimentos, o município do Vale do Taquari ficou em segundo no Rio Grande do Sul e em sexto no Brasil com IFDM de 0,8789 ponto.
Ex-jogador de futebol do Juventude, o prefeito de Vale Real, Edson Kaspary (PT), atribui o desempenho a uma combinação de ações. Em seu segundo mandato, o petista afirma que o município de 5,6 mil habitantes buscou qualificar a mão de obra e atrair investimentos, além de tentar diversificar a produção na agricultura, influenciada pelo cultivo de uvas.
Segundo Kaspary, conhecido como Tida, a indústria local é composta principalmente por empresas dos ramos têxtil, metalmecânico e cerâmico.
— Acabamos de fechar um acordo com a rede de supermercados Andreazza, de Caxias do Sul, que vai gerar 60 empregos. Para nossos padrões, o número é alto (...). Na área de saúde, temos duas unidades básicas de atendimento, que foram reformadas nos últimos anos — diz.
Mesmo com o avanço no IFDM, Vale Real ainda depende de transferências de recursos da União. Conforme o prefeito, 45% do orçamento local brota do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
— Infelizmente, não destoamos da maior parte dos pequenos municípios em relação a isso. Mas a satisfação de ter o maior índice de desenvolvimento do Estado é muito grande — declara.
Segundo a Firjan, nenhuma cidade gaúcha apresentou baixo grau de desenvolvimento. A menor marca do Estado, considerada regular, ocorreu em São Valério do Sul.
Com dificuldades em emprego e renda, o município da Região Noroeste apresentou IFDM de 0,5695 ponto, diz a Firjan. GaúchaZH entrou em contato com o prefeito de São Valério do Sul, Vladimir Antonio Vettorato (PT), mas ele preferiu não comentar os dados em entrevista por telefone.
O ÍNDICE
O que é?
O IFDM avalia, anualmente, o desempenho dos municípios brasileiros nas áreas de emprego e renda, saúde e educação. A pesquisa deste ano tem como base dados de 2016. Conforme a Firjan, as informações foram retiradas dos bancos dos ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde e da Educação.
Como é calculado?
O indicador varia de 0 a 1 ponto. Quanto mais próximo de 1, melhor o desempenho do município. As cidades são divididas em quatro categorias: baixo desenvolvimento (0 a 0,4), desenvolvimento regular (0,4 a 0,6), desenvolvimento moderado (0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a 1).
Quais cidades ficaram de fora da pesquisa no RS?
Sete dos 497 municípios gaúchos não aparecem no levantamento: Carlos Gomes, Dois Irmãos das Missões, Dona Francisca, Gentil, Maçambará, Pinto Bandeira e União da Serra. Isso se deve a fatores como a falta ou a inconsistência de informações, diz a Firjan.