Depois do anúncio de que a Havan, de origem catarinense, quer abrir até 50 lojas no Rio Grande do Sul, prefeituras se mobilizam para receber unidade da rede que exige permissão legal para abrir aos sábados, domingos e feriados. Em certo casos, inclusive, negociavam com a empresa ainda antes do comunicado oficial. Confira com estão algumas tratativas.
Caxias do Sul
Foi por meio de agentes imobiliários que a prefeitura de Caxias do Sul soube do interesse da Havan no município. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Emílio Andreazza, foi feito contato com Nilton Hang, diretor de expansão da rede catarinense, que solicitou a legislação municipal para análise. O prefeito, Daniel Guerra, diz que não há restrição ao horário de funcionamento do comércio, respeitadas as regras federais.
– Ainda não houve apresentação formal, oficialmente não temos nenhuma confirmação – esclarece Guerra.
Passo Fundo
Procurada pela própria Havan em 2015, a prefeitura está confiante de que o município será um dos primeiros contemplados com o investimento. Na época, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Eduardo Lopes da Silva, o projeto não vingou porque a rede "recolheu o trem de pouso para o RS". Apesar do recuo, os contatos seguiram. A legislação municipal está adequada à exigência da rede.
– Estamos tratando de fazer reunião formal para conversar olho no olho, saber o que ainda podemos fazer para fechar protocolo, carta de intenções. Será logo, provavelmente nesse mês, depois do Carnaval – estima Lopes. – O prefeito determinou como prioridade fazer a aproximação o mais imediata possível com quem define o cronograma.
Taquara
Iniciou as tratativas com a Havan em julho de 2017, após ser informado de que a rede não havia desistido do RS. Pronto para a disputa, o prefeito, Tito Lívio Jaeger Filho, teve encontro em Brusque durante o qual entregou documentação e indicou duas áreas, ambas na RS-115.
– Não posso dizer que seja conosco a única negociação avançada, até porque eles são muito sigilosos quanto a isso – afirma Jaeger. – Fizemos mais de uma conversa, a primeira pessoal e as outras por correio eletrônico. Quando estivemos lá, combinamos visita a Taquara, e iremos a Brusque de novo depois do Carnaval. Estamos na briga e faremos tudo que pudermos para trazer uma loja para cá.
Novos terrenos serão apresentados como opção, incluindo um na RS-239.
Bento Gonçalves
Foi depois de o negócio com Canela fracassar que o secretário de Desenvolvimento Econômico, Sílvio Bertolini Pasin, entrou em contato com a Havan para demonstrar interesse em receber a rede. Na época, representantes da prefeitura e do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, Laudir Piccoli, tiveram encontro com Nilton Hang em Brusque.
– Entregamos os dados e ficamos ouvindo as dificuldades que eles tiveram no Estado. Ele disse que haveria interesse, mas tinha alguns condicionantes – lembra Bertolini.
Um era operar 363 dias por ano – menos 1º e janeiro e 1º de maio. Há negociação com o sindicato dos comerciários para atender a essa condição.
– Na semana após o Carnaval deve avançar, fariam visitas a municípios que o Estado indicou, e Bento está nessa lista – diz o secretário. – Se houver loja em Caxias, cabem duas na região. Se for em Bento Gonçalves, nem preciso dizer a alegria da gente.
Novo Hamburgo
A prefeita, Fatima Daudt, tenta despistar – "o segredo é a alma do negócio", diz –, mas confessou à coluna que soube há dois meses do interesse recíproco na instalação da Havan em Novo Hamburgo. A legislação foi consultada e um parecer jurídico garante a possibilidade de abertura exigida pela rede. Fatima afirma que o município está "construindo caminhos" para que o negócio se consolide, e reuniões entre representantes de Novo Hamburgo e Luciano Hang estão sendo agendadas:
– Temos algumas áreas para mostrar. Fizemos um levantamento para que possam avaliar se atende ao que a empresa necessita.
Lajeado
Após o anúncio, a prefeitura procurou a rede para demonstrar interesse. Após algumas tentativas, o próprio Hang retornou, deixando a possibilidade em aberto. Até o momento, porém, não há reunião agendada.
– O Luciano ligou para o prefeito e ele pôde expor isso, o que nos mostra que esse esforço atrai investimentos. Se abriu essa oportunidade, é porque já podemos ofertar isso à Havan –afirma Douglas Sandri, secretário de Desenvolvimento.
Desde o ano passado, a abertura do comércio nos feriados e finais de semana está em pauta, mas falta aprovação na Câmara de Vereadores.
Canela
Secretário de Governança, Planejamento e Gestão, Vilmar da Silva Santos diz que não há risco, desta vez, de a estátua característica da rede ser empecilho para a Havan desembarcar em Canela, como ocorreu no passado. Mas sugere:
– Estamos abertos a negociar. Se eles têm interesse de vir, também podem fazer concessão em termos de redução de altura.
A prefeitura fez contato com assessores do empresário para explicitar o interesse em receber uma das 50 lojas e aguarda retorno para marcar encontro. Canela já permite a abertura do comércio aos finais de semana e em feriados. Em 2015, a área que abrigaria a loja de departamentos se localizava ao lado do Mundo a Vapor, às margens da RS 235.
*Colaborou Laura Schneider