A movimentação em torno do complexo que ficou conhecido como "as PCHs da Havan", referência à rede de lojas de Luciano Hang, que também está à frente do investimento de R$ 400 milhões em energia, gerou expectativa entre proprietários de terra na região onde as pequenas centrais hidrelétricas serão construídas. Como o projeto tramita há muito tempo, as áreas necessárias já estão adquiridas. É esperada para março a concessão das licenças de instalação (LI) das quatro PCHs, que vão somar 63 MW.
Conforme a secretária do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, os empreendimentos exigirão a remoção de 90 hectares de Mata Atlântica. Mas destaca que, para compensar, Hang comprou outro terreno onde vai plantar área equivalente. Faz parte de suas obrigações manter uma nova área de preservação permanente (mata ciliar) ao longo do reservatório. Como havia margens degradadas no Rio Toropi, um dos compromissos do empresário será revegetar a área desmatada em épocas anteriores. Nas partes que serão alagadas pela barragem, os terrenos foram adquiridos, conforme a secretária, ainda para a obtenção da licença prévia, etapa anterior à concessão da LI.
Ana confirma que o Complexo do Toropi faz parte da centena de projetos trancados há muitos anos, conhecidos na secretaria como "esqueleto no armário", porque ninguém queria dar parecer, mesmo em mutirões concebidos para essa finalidade. A solução foi definir um mapa com rios que ficarão livres de barramento e os que podem receber PCHs. Os de maior potencial hidrelétrico foram liberados, e nos que tinham menor potencial, com valor ambiental, a construção de barragens foi vetada.