Depois de mobilizar apoio político no Planalto e comunitário no sul do Estado, o projeto de US$ 1 bilhão de uma usina térmica em Rio Grande ganhou novos contornos. Conforme Marcos Tavares, da Gas Energy, que atuou na concepção do empreendimento, a Fortress Energy, empresa americana que se interessou pela implantação, deve ter agora um parceiro. Há negociações com um consórcio internacional que já atua no Brasil.
Tavares explica que os americanos se assustaram com a revogação da licença decidida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) logo após o anúncio de aquisição. A inclusão de um grupo com experiência no "modus operandi" no setor no Brasil daria mais conforto à empresa americana. Na prática, a termelétrica está fora das contas da agência para efeito de cálculo de atendimento da demanda, ao menos até nova deliberação.
Segunto Tavares, a situação é confortável para a empresa porque garante mais prazo para equacionar a estrutura do empreendimento. Projeta que até o final de fevereiro a composição do consórcio esteja definida. Depois, será preciso esperar que o Senado aprove as indicações de diretores da Aneel – das cinco vagas, faltam duas. Só com a diretoria colegiada completa haverá análise definitiva sobre a cassação da licença.
O projeto segue com previsão de capacidade de 1.238 megawatts (MW), e início de geração de energia para 2021. Um ano antes, projeta, será possível oferecer combustível resultado de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) importado, base da termelétrica. Tavares lembra que o leilão A-6 de dezembro passado viabilizou mais uma usina abastecida com GNL no Porto de Açu (Rio de Janeiro). Será uma "irmã" da térmica cujo projeto, também nascido na Gas Energy, é tocado pela Prumo Logística.