De Bento Gonçalves, onde passa as festas de fim de ano, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Charles Tang entrou em contato com a coluna depois de ler a informação sobre a abertura em Porto Alegre de uma unidade da Câmara de Comércio e Desenvolvimento Internacional Brasil-China (CCDIBC).
– Só existe uma câmara legítima, a nossa, reconhecida pelo China Council for Promotion of International Trade – afirmou.
Tang tem laços com o Estado por ser casado com uma gaúcha, Natália Gazola. Relata que a Câmara Brasil-China, como é conhecida a instituição que preside, não foi aberta por interesse em intermediar negócios, mas criada a partir de um pedido do ex-vice-primeiro- ministro da China, Wu Xueqian, ainda na década de 1980.
Se há um ponto comum entre as duas câmaras – segundo Tang, ainda existem outras, embora insista que apenas a que preside é "legítima" –, é o fato de que o Rio Grande do Sul ganhou importância entre os investimentos chineses. Além da State Grid, que controla a holding dona da RGE e da RGE Sul, agora a Shanghai Eletric Power é um investidor importante no Estado, por ter assumido o projeto de transmissão do chamado Lote A, com custo superior a US$ 1 bilhão.
Tang pondera que os brasileiros têm pouca familiaridade até com as grandes empresas chinesas. Mesmo depois que State Grid e Three Gorges (Três Gargantas) passaram a ser nomes um pouco mais familiares devido aos grandes negócios fechados no país, destaca
que a Spic Pacific Energy era totalmente desconhecida até comprar, por nada menos de
R$ 7 bilhões, a usina hidrelétrica de São Simão.
– Apesar de já somar US$ 100 bilhões, o investimento chinês no Brasil está mal começando – avalia Tang.