A resposta honesta para a pergunta do título seria: "ninguém sabe". A 13 dias do final do ano e, portanto, da expiração do atual regime de tributação sobre veículos, ainda há dúvida sobre o que fica no lugar do Inovar-Auto.
Impostos, taxas e contribuições representam cerca de metade do preço dos carros no Brasil. Estudo da Anfavea, associação das montadoras, estima entre 48,2% e 58,4% o peso dos tributos no valor final de um automóvel.
Na semana passada, surgiu novo impasse em torno das regras da Rota 2030, que deve substituir o sistema atual, questionado na Organização Mundial do Comércio (OMC). Os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento não se entenderam sobre as alíquotas iniciais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A Fazenda, claro, não quer perder um centavo de arrecadação – e, se possível, engordá-la um pouquinho. O Desenvolvimento tenta cumprir o compromisso de incentivar a produção de veículos mais eficientes, que gastem menos combustível.
Portanto, melhor abandonar a esperança de ter carga tributária argentina, de 21% – nem em sonho com os 7% dos Estados Unidos. Com impostos argentinos, o preço de um Chevrolet Prisma feito no Estado cairia de R$ 60 mil para R$ 35 mil. A dúvida para 2018 é: fica como está ou corre o risco de subir? Esse foi o temor que surgiu em parte da indústria automobilística diante do impasse mais recente.
Tudo se encaminhava para a manutenção das regras atuais enquanto não se alcançasse consenso, mas veio da Fazenda uma proposta para retomar os patamares anteriores à vigência do Inovar-Auto. Nesse cenário, carros híbridos e elétricos seguiriam inviáveis no Brasil, porque têm alíquota máxima. A resposta terá de ser dada nas próximas horas pelo presidente Michel Temer, convocado a arbitrar a disputa dentro do governo. Com sonda e tudo.