Há um ano, começavam as especulações sobre a disposição da Petrobras de oferecer participação a sócios privados em suas refinarias, mencionadas aqui na coluna. Agora, a estatal voltou a soltar balão de ensaio nessa direção, apontado até os seis alvos potenciais de parceria. A Refap, de Canoas está entre as candidatas. Também estão na lista publicada neste domingo pelo jornal O Globo, Paraná, Rio, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
Até agora, todos os movimentos ensaiados pela Petrobras no sentido de elevar a participação privada nos setores em que atua se confirmaram. Estão encaminhadas as vendas de fatias da BR Distribuidora – a rede de postos da estatal –, em gasodutos e em campos de petróleo. O refino seria a última barreira a ser quebrada – exatamente por onde parece ter começado o petrolão.
Sem modelo definido, o que se especula é que a participação privada seria minoritária. Ecoaria a experiência da Refap, única no Brasil com participação de 30% da espanhola Repsol, entre 2000 e 2010. Quando a Petrobras recomprou a fatia, argumentou que o sócio travava investimentos. Para João Luiz Zuñeda, diretor da Maxiquim, quando balões de ensaio se repetem convém prestar atenção. O especialista avalia que cenário começa a mudar em relação à época da Repsol, quando política de preços era usada para regular mercado e a BR dominava amplamente o mercado:
– Hoje, está claro que o principal negócio da Petrobras é exploração e produção de petróleo. Para ter competição no Brasil, terá de abrir mão de alguns negócios.
É fácil prever o maior interesse: a China. No caso, a CNPC, a segunda maior do país – por lá, existe pelo menos meia dúzia de estatais de petróleo.