Como previram economistas otimistas, porém cautelosos, a reação avança a passos muito lentos. Seria exasperante, se a comparação recente não fosse com indicadores que, até há poucos meses, só caíam. Dois dados dessa retomada foram apresentados ontem. Pela manhã, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apontou crescimento de 0,4% em setembro, na comparação com agosto.
O resultado fez o trimestre fechar com alta de 0,58%. Assim, são três trimestre de leve avanço conforme o termômetro da instituição. É pouco? É. Mas isso não ocorria desde 2013, o último ano que não foi assombrado pelo fantasma da estagnação ou da recessão.
O dado também referenda a avaliação do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) de que a recessão terminou, oficialmente, no último trimestre de 2016. É claro, parar de cair não é suficiente.
Isso é verdade, especialmente, no indicador mais vida real da crise brasileira, também anunciado ontem, no final da tarde. O saldo de 76,6 mil vagas em setembro é o sétimo positivo consecutivo.
Ao contrário dos cortes, que foram rápidos até por resultar de muita espera por uma reação que nunca chegava, a restauração dos postos de trabalho também avança na velocidade do trânsito engarrafado. Com muita lentidão, mas avança. Assim como o nível de atividade, o registro de trabalhadores com carteira assinada teve o melhor mês desde 2013, também reforçando a constatação de que o pior ficou para trás.
O conjunto das evidências permite constatar que o pior ficou, mesmo, para trás. Mas ainda não é hora de descuidar da resiliência: além da baixa velocidade, a única possível depois do desastre, o país ainda será duramente testado ao longo do próximo ano, como o mercado já sinaliza.