Colocada para escanteio nos últimos anos pelo governo federal pela imagem poluidora, a cadeia do carvão viu uma fagulha de esperança reacender nesta segunda-feira (24) com a visita do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No Estado, nenhum anúncio bombástico. Mas ao menos o aceno de que em Brasília começará a ser discutida uma política industrial para o mineral, que encontra no subsolo gaúcho as maiores reservas do país.
Projetos bilionários de usinas não faltam, mas os compromissos internacionais assumidos pelo país alijaram a matriz dos mais recentes leilões de energia. O último em que um empreendimento a carvão passou foi em 2014. Em Butiá, Coelho Filho avisou que o carvão poderá voltar aos certames.
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O diretor de novos negócios da mineradora Copelmi, Roberto Faria, entende ser positivo o fato de ao menos o ministro ter conhecido a cadeia e ter se mostrado simpático à ideia de necessidade de modernização do parque gerador. Mas sempre com um pé atrás:
– Nós, que há tempo estamos nesta batalha pelo carvão, sabemos que não podemos comemorar antes que seja anunciado um programa de leilões – ressalva Faria.
O argumento sempre repetido pelo setor é de que as novas tecnologias asseguram uma geração bem mais limpa.
Outro entrave também vai ser removido, garante o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Zancan. Segundo ele, o BNDES vai reverter decisão tomada no ano passado, sob outra gestão, de não financiar mais projetos ligados à matriz. A promessa foi feita há 15 dias pelo presidente Paulo Rabello de Castro, conta o dirigente.
Agora, o setor do carvão espera renascer das cinzas.
*A colunista Marta Sfredo está em férias