O balanço de 2015 da CEEE trouxe, conforme seu presidente, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, ''notícias boas e não tão boas''. O grupo – formado pelas empresas de geração e tranmissão, CEEE GT, e de distribuição, CEEE D – conseguiu reduzir o prejuízo em 41%, de R$ 725 milhões em 2014 para R$ 429 milhões no ano passado. No caso da GT, houve até reversão de resultado, de perda de R$ 280 milhões para lucro de R$ 85 milhões.
O problema ainda está concentrado na distribuidora, que teve aumento de prejuízo, de R$ 445 milhões para R$ 514 milhões. Esse desempenho, conforme Pinheiro Machado, ainda não será computado para o efeito de manutenção da concessão do serviço. Conforme acerto com a agência reguladora do setor, a Aneel, a CEEE D não pode repetir prejuízo por dois anos seguidos _ neste ano e no próximo _, de forma consecutiva, sob pena de perder a concessão.
A diferença de performance, conforme Pinheiro Machado, deve-se em parte ao ''desajuste estrutural'' da distribuidora, mas também a um momento de mercado desfavorável: no ano passado, o consumo de energia caiu 4% e a inadimplência, a partir da cobrança do reajuste extraordinário e imposição da bandeira vermelha, mais do que dobrou, de 1,5% para 3,2%. A área de geração e transmissão se beneficiou de racionalização de gastos, corte de projetos sem fonte de recursos definida, detalhou o o presidente:
– Não fizemos todas as obras previstas, muitas ficaram sem possibilidade porque os recursos próprios são muito escassos. A melhor perspectiva da CEEE D, diz Pinheiro Machado, é atingir o equilíbrio em 2017.
É, também, o ano crítico: se a empresa repetir o prejuízo, seu controlador – o governo do Estado, que enfrenta uma crise nas finanças – teria de fazer um aumento de capital, o que não parece viável hoje. Por isso, além do desligamento de cerca de 190 funcionários, já concluído, a empresa ainda passará por outras fases de ajuste. Uma das possibilidades avaliadas é reduzir a participação da CEEE em projetos de investimentos com outros parceiros, o que reduziria a necessidade de desembolso. A venda de ativos também não está descartada.
– Vamos definir esses outros ajustes ainda este ano. Estamos fazendo o detalhamento econômico-financeiro e e legal dessas questões. Pode haver revisão de participações societárias, alienação de ativos e reestruturação de capital, tudo na perspectiva de reduzir resultados negativos – adianta Pinheiro Machado.