Incompetência do treinador ou incapacidade dos jogadores: estas têm sido algumas das explicações da torcida para o insucesso do Grêmio dentro de campo no Brasileirão. No entanto, parece que o alvo mais explícito entre torcedores converge para um nome mais cima na hierarquia, o do presidente Romildo Bolzan Júnior.
Há quase sete anos comandando o Grêmio, Romildo, um dos presidentes mais vencedores da história do clube, sente na pele o pior momento de sua gestão até aqui. O time está afundado na zona de rebaixamento, da qual não consegue sair faz 24 rodadas consecutivas. Já trocou de técnico duas vezes e ainda não viu suas grandes contratações da temporada convencerem, como Douglas Costa, Campaz e Rafinha.
O confronto contra o Fortaleza nessa quarta-feira (13), no Castelão, estabelece uma marca para Romildo no Grêmio: serão 500 partidas na sua gestão, que iniciou no fim de dezembro e terminará somente no fim de 2022. Estatística esta, a qual, na situação atual, mais serve para colocar em xeque o seu mandato do que exaltar seus feitos. Obviamente a impressão final é que a mais pesa, e o momento é de assombração por um possível rebaixamento do clube.
São nove títulos conquistados pelo Grêmio durante o mandato de Romildo Bolzan Júnior. O ponto mais alto foi a conquista da Libertadores em 2017. Os quase 2.500 dias dele como presidente do Tricolor contabilizam um aproveitamento de 58,5% do time, que foi comandado por apenas quatro treinadores: Luiz Felipe Scolari (duas vezes), Roger Machado, Renato Portaluppi e Tiago Nunes. Agora está em busca do quinto técnico.
O famoso superávit do Grêmio, além de ser fruto da competência administrativa da gestão de Romildo, naturalmente foi sustentado pelas vendas de jovens jogadores que brilharam na equipe principal, como Arthur, Everton, Luan e Pepê. O maior problema foi visto nas reposições. Se o clube acertou ao trazer nomes como os de Kannemann, Maicon e Lucas Barrios, o mesmo não aconteceu com atletas de renome, tais como Diego Tardelli, André, Thiago Neves e Marinho.
As duas maiores contratações do Grêmio, em termos financeiros, foram feitas na atual gestão. O equatoriano Miller Bolaños, comprado por cerca de R$ 20 milhões, e o colombiano Jaminton Campaz, adquirido por cerca de R$ 21 milhões. A primeira teve altos e baixos, e o namoro mal durou dois anos. A segunda ainda é uma incógnita.
Gestão Romildo no Grêmio
- 2.498 dias de mandato (10/12/2014 - 12/10/2021)
- 499 jogos
- 250 vitórias
- 127 empates
- 122 derrotas
- 58,5% de aproveitamento
- Nove títulos: Libertadores, Copa do Brasil, Recopa, Gauchão 4x e Recopa Gaúcha 2x
- Técnicos: Felipão (duas vezes), Roger, Renato, Tiago Nunes
- Maior venda: Arthur para o Barcelona (cerca de R$ 140 milhões na época)
- Maior compra: Jaminton Campaz, vindo do Tolima (cerca de R$ 21 milhões)