Se o discurso do Grêmio para o péssimo começo de Brasileirão for apenas o de grupo reduzido ou insuficiente, ele automaticamente estará admitindo ter um plantel inferior ao do Juventude, do Cuiabá, Criciúma e Atlético-GO. Mas não é. As seis derrotas seguidas no campeonato são de responsabilidade do seu treinador. Se o time está mal, se não está bem escalado e se tem pouco repertório em campo, a responsabilidade é do técnico Renato.
A única análise a ser feita no Grêmio é sobre ele mesmo. Sobre o desempenho de agora, campanha de agora e não de outros anos. Se joga pouco, perde seis seguidas e não apresenta perspectivas de melhora, me parece óbvio que precisa de mudanças. Não tenho dúvidas de que a direção falhou ao não repor carências já deflagradas no atual grupo. Mas há erros de Renato também. A insistência em JP Galvão, o rodízio de goleiros e a escolha por Rodrigo Ely e não Gustavo Martins na zaga são alguns deles. O questionado lateral Reinaldo é um pedido do Renato também.
Mas a análise vai além das escolhas. Se o centroavante não é centroavante e não tem outro para escalar, cabe ao técnico mudar o jeito de jogar. Repensar ideias, adaptar o time, colocar um jogador a mais no meio-campo e montar um ataque com dois atacantes, por exemplo. Mas nada de diferente foi feito.
Sinceramente, não sei se o melhor para o Grêmio é trocar o técnico. Aqui apenas divido responsabilidades e a maior delas é do seu treinador. Minha discordância está em como parte da torcida observa o cenário. Não entendo essa justificativa gremista de que tirar o Renato é pior e que só ele pode melhorar o Grêmio. Com base no que? Por que "só" ele?
É preciso analisar o cenário atual, sem qualquer tipo de comparação com outros anos. Com convicção ou não no agora e não em situações anteriores. O Grêmio não pode ser um eterno refém de Renato.