O Gre-Nal 442 terminou com ainda mais preocupações e cobranças no Grêmio do que já se via no ambiente. A derrota por 1 a 0 no Couto Pereira, a sexta consecutiva no Brasileirão, ampliou as dores de cabeça para o torcedor.
O semblante de preocupação que se observava entre funcionários do Grêmio e membros do suporte do clube contrastava com a alegria dos bastidores colorados.
As salas de entrevista de Grêmio e Inter eram separadas fisicamente apenas por uma porta de vidro. Mas as realidades não poderiam ser mais diferentes. O clima sombrio de um mês de derrotas, temperado com o ingrediente da rivalidade Gre-Nal era o oposto do observado do outro lado da peça.
Coudet antecipou um dos temas da entrevista coletiva de Renato Portaluppi.
— Ele está atravessando a mesma situação de jogar longe de casa, com muitas viagens, mas com a sorte diferente — disse o treinador argentino.
Sem ter ouvido o técnico vencedor do Gre-Nal, Renato lamentou a fase da sua equipe.
— De vez em quando, precisamos de um pouco de sorte. E essa sorte está longe da gente. Qualquer um poderia ter vencido o jogo, mas infelizmente, nós mais uma vez falhamos e o Inter não perdoou. Não gostamos de perder. Uma hora essa maré tem que acabar. O Brasileirão é um campeonato muito perigoso. Precisamos voltar a vencer — afirmou o técnico gremista.
Mas o tom mais otimista, segundo pessoas ouvidas por ZH, não foi o mesmo das conversas internas. Lá, a preocupação apareceu "entre as quatro paredes", como costuma dizer Renato, ao se referir ao papo com o departamento de futebol. O treinador alertou sobre a necessidade de ter agilidade na busca por reforços. Algo que ele também deixou claro em sua entrevista.
— Tem vezes também que pecamos por falta de peças em algumas funções. Tive que colocar um zagueiro na frente (Rodrigo Ely). Tenho que improvisar, buscar alternativas. Tem horas que a gente olha pro lado e improvisa ou seguimos com o que temos em campo. Muitas vezes essa falta de opções leva a ter essa sequência negativa. Eu garanto que vamos sair dessa. Mas precisamos acordar. O Brasileirão é um campeonato traiçoeiro — comentou.
O que Renato também deixou claro é que se o diagnóstico do clube da má fase apontar que a responsabilidade é sua, ele sairá do comando técnico:
— Não coloco multa nenhuma no meu contrato. Se amanhã resolver ir embora, ou o clube achar isso, pego a mala e vou embora. Ou a gente fecha, se dá as mãos e vamos em frente, ou se muda tudo.
Em uma entrevista improvisada, em um corredor de acesso aos vestiários, o presidente Alberto Guerra garantiu que não pensa em trocas.
— Não tem nenhuma demissão. Vai continuar tudo como está. De novidade, todo mundo sabe que estamos atrás de um centroavante e esperamos anunciar no início da janela de julho — disse Guerra.
O Grêmio esperava que o Gre-Nal 442 fosse histórico. Mas não pela razão que o 1 a 0 causou: o time de 2024 igualou a pior sequência de derrotas do time em Brasileirão, registrada em 2004.
A delegação permanecerá mais dois dias em Curitiba. Na terça-feira (25), viaja para Goiânia, onde enfrenta o Atlético-GO na quarta-feira (26), em duelo direto contra o Z-4. É mais uma decisão. E o Grêmio tem 48 horas para achar uma solução para sair da crise.