Não, não acho que o Gauchão precisa acabar. Ele vai continuar por muitos anos, sempre flexível para novas adaptações. É possível que, com o tempo, vá diminuindo, com menos datas, mas não deixará de existir.
A lesão do principal jogador do Grêmio, no entanto, nos faz refletir em outro aspecto. O medo de perder está enraizado nos dois maiores clubes do Estado, e isso nos diminui em pretensões maiores. Enquanto consideramos ser algo grave perder, empatar ou até mesmo jogar mal nas primeiras rodadas do Gauchão, estaremos avalizando o risco de lesões. É uma exigência desproporcional ao momento da temporada. O prejuízo do Grêmio é incalculável com a lesão de Soteldo.
É insano pensar que Grêmio e Inter jogaram quatro jogos em 12 dias e que para essa maratona tiveram apenas 10 dias de preparação. Não dá para negar que o risco de lesões aumenta. Esse é um problema de calendário que sei, dificilmente vai mudar. Mas a cobrança por resultados em todos os jogos deve ser reavaliada.
A primeira fase do Gauchão precisa ser aproveitada pelos clubes para testes e para rodar o grupo. Não há problema em ter reservas ou time misto em campo. É até uma questão lógica.
O Grêmio perdeu, para o restante do campeonato, o seu principal reforço em um jogo que valia ficar na frente do Inter. Uma lesão muscular pode acontecer em qualquer circunstância, é claro, mas esse desespero de início de temporada precisa mudar.