Sim, o trabalho de Fernando Diniz na Seleção não é bom. Em nenhum dos seis jogos nas Eliminatórias o Brasil teve uma atuação de encher os olhos. Pior do que isso, depois de empatar com a Venezuela, perdeu duas vezes e caiu para a quinta colocação. Mas não passa só por Fernando Diniz os fracassos até aqui. É um combo no qual o técnico do Fluminense está inserido.
Isso não é uma defesa ao treinador, longe disso. Mas também não é a crucificação do trabalho. A escolha de um profissional temporário já foi um equívoco. Tivesse então o Brasil um auxiliar permanente para seis meses e não um técnico tampão que divide funções. O ideal seria, nesse hiato, a presença de um diretor de competições, mas nem isso há na CBF. O presidente da entidade, com seu método centralizador, parece perdido em meio a tantas incertezas sobre o futuro da Seleção.
Por falar em futuro, o que se cobra é renovação. Diniz até tenta, mas é impossível uma renovação completa em tão pouco tempo. O Brasil precisa de caras novas, sem perder a base de jogadores experientes. Casemiro e Neymar, por exemplo, vão para um fim de ciclo, mas a transição precisa deles. A mescla de jogadores deve ser o foco de quem estiver no comando da Seleção Brasileira.
A Seleção não tropeçou apenas pelo estilo Diniz de jogar. Não foi porque a defesa trocou passes dentro da área ou porque ele não abriu mão do seu método de jogo. Do Audax à conquista da Libertadores pelo Fluminense, ele nunca mudou o estilo e não seria na Seleção a mudança. Se o jeito precisa ser outro ou se é necessário o tempo que só os clubes proporcionam, o erro foi lá atrás.
Dito isso, o processo está todo errado. No comando da CBF, na falta de rumo, na necessidade urgente de renovação. O caminho é longo e e as soluções parecem distantes.