O Inter teve a posse de bola no Gre-Nal. O Grêmio deu a bola para o rival e disse: joga! Mas o Colorado não soube tirar proveito. O excesso de passes e toques na saída de bola dos zagueiros Lucas Ribeiro e Cuesta com Rodrigo Dourado chegou a cansar pela lentidão dos movimentos. Bola de um lado para o outro. Futebol burocrático.
O Grêmio, é claro, marcou à distância na área da intermediária da defesa colorada, o tempo foi passando e o jogo não fluiu. Pelos flancos, Rodinei e Moisés, por suas características, têm dificuldades de fazer o que pretende Miguel Ángel Ramírez no novo esquema. Aliás, os extremas escalados para o clássico — Maurício e Patrick — também não conseguiram exercer a função ao pé da letra. O Colorado não criou perigo para o Grêmio pelos lados.
Praxedes e Edenilson tentaram chegar à frente e tiveram dificuldades. No ataque, Yuri Alberto sofreu com marcação perfeita, especialmente de Ruan. Se coletivamente as coisas estavam complicadas, a melhor jogada do Inter partiu de uma decisão individual. O zagueiro Lucas Ribeiro arrancou do campo de defesa e chegou até a cara de Brenno. Pela falta de cacoete do zagueiro o gol ficou no quase. Ele acabou chutando para fora. Mas poderia ter marcado um golaço pela ousadia.
Lucas Ribeiro, que foi a surpresa da escalação de Ramírez, ocupando o lugar de Zé Gabriel, poderia ter virado o grande personagem de uma possível vitória colorada. Tudo está errado no Inter? Óbvio que não. Mas há correções importantes a fazer? Com absoluta certeza.
É preciso melhorar a saída de trás. Dourado até tenta grande movimentação, só que falta encaixe. Patrick, jogando do lado esquerdo, passa a ideia de desperdício. Ele já mostrou que pode muito mais na temporada passada. Não está à vontade na função.
Ramírez tem muito trabalho pela frente. A questão é se o mundo ideal do treinador será possível com as peças reais que ele tem na mão.