Pareceu repetição do que se via em 2020. O Inter, implantando uma nova maneira de jogar, tentando se afirmar taticamente, com alguns bons momentos, boa posse de bola, especialmente no primeiro tempo, mas perdendo para o Grêmio de Renato. Alguma responsabilidade do estreante em clássicos Miguel Ángel Ramírez? Não necessariamente. Méritos do treinador gremista? Sim. Promoveu durante a partida modificações que colocaram em campo garotos que imprimiram um ritmo mais forte que culminou com o gol de Léo Chu numa das poucas jogadas agudas do jogo. Isto, porém não significou vantagem nítida ou o chamado banho tático. Ramírez viveu um dissabor que Eduardo Coudet sofreu mais de uma vez na temporada passada.
O jovem Léo Chu foi o personagem. Mesmo entrando aos 36 minutos da segunda etapa, teve duas jogadas marcantes. Na primeira patrolou Lucas Ribeiro, mas perdeu a chance ao não chutar no gol quando estava cara a cara com Marcelo Lomba. Depois resolveu definir de fora da área e fez um belíssimo gol, suficiente para reabilitá-lo depois de um início de Gauchão que não animava. Mesmo recheado de garotos, os gremistas mostraram mais uma vez que sabem jogar Gre-Nal.
No Inter, Rodrigo Dourado resumiu este insucesso no clássico. Ao dizer, na saída de campo, que não sabe o que acontece com o time em Gre-Nal e que os jogadores "chagam na cara do gol e ficam com medo de serem felizes" sintetiza algo que só aconteceu nestes últimos tempos, quando a equipe viveu o aprimoramento de um novo estilo e um padrão tático inovador.
Lembrando o recente Gre-Nal do Brasileirão, a vitória foi colorada, mas nas mão do convencional Abel Braga. Pode ficar uma impressão errada de que é preciso ser "cascudo" para vencer clássico como treinador. Há, porém, de se considerar que o Grêmio, independentemente da formação, tem expertise em clássicos e vem vencendo a grande maioria, mesmo quando não apresenta uma nítida superioridade.