O teste final para a Seleção Brasileira antes da Copa América ocorre nesta quarta-feira (12), às 20h. O duelo será contra os EUA, os donos da casa, empolgados em sediar pela segunda vez a competição, ansiosos pela Copa de 2026 e cada vez mais experientes no que eles chamam de "soccer". Será o primeiro confronto das duas seleções desde 2018.
O último confronto, aliás, marcou o início do ciclo da Seleção na Copa de 2022. Me lembro bem dessa partida. Foi em um 7 de setembro. Comentei na Rádio Gaúcha e me marcou por ter sido o início da trajetória de Richarlison na Seleção. Quase por acidente, aliás.
Para ver como é acirrada a disputa por lugar na Seleção e o quanto é preciso estar em alto nível sempre. A renovação é constante, muito pela facilidade que temos de lançar talentos.
O atual trio de ataque brasileiro, por exemplo, estava recém no início de carreira. Raphinha, aos 22, lutava por espaço no Sporting, de Portugal. Rodrygo tinha apenas 17 anos e tinha oito meses como profissional no Santos. Vinícius Júnior, 18 recém-completados, chegava ao Real Madrid sob desconfiança. Aliás, meses antes de sair, era chamado por alguns torcedores do Flamengo de "Neguebinha", numa alusão ao ex-atacante que surgiu como promessa e acabou não se confirmando. Muitos apostavam que Vini não vingaria na Europa. Erraram.
O jogo de 2018
Na partida de setembro de 2018 em Nova Jersey, a Seleção, como visitante, teve vitória tranquila por 2 a 0. O amistoso era o 20º confronto entre as duas seleções e teve a 19ª vitória do Brasil. Essas duas seleções nunca empataram quando se enfrentaram. Os EUA, assim, têm apenas uma vitória, conquistada lá em 1998.
Depois da eliminação traumática na Copa de 2018, para a Bélgica, a Seleção entrava no segundo ciclo da Era Tite ainda esperançosa por dias melhores. Esse confronto contra os EUA abriria série de dois amistosos em estádios de futebol americano — o outro acabou sendo goleada em El Salvador.
Tite manteve a base usada na Rússia, pensando muito na Copa América do ano seguinte, em casa — na qual o Brasil acabou como campeão. Por isso, você verá nomes que, hoje, parecem deslocados de uma realidade de Seleção, como Douglas Costa e Coutnho. O tempo voa mesmo.
Os gols saíram logo na etapa inicial. Nos primeiros minutos do amistoso, o Brasil se lançava ao ataque na parceria entre Neymar e Coutinho pelo lado esquerdo. Mas foi em jogada pela direita que saiu o primeiro gol da Seleção pós-Copa. Douglas Costa recebeu lançamento, jogou a bola em direção à linha de fundo e cruzou para Firmino completar e abrir o placar aos 10 minutos no MetLife Stadium.
A jogada que originou o segundo gol foi de Fabinho, improvisado na lateral direita no lugar de Daniel Alves. Ele invadiu a área dos americanos a dribles até ser derrubado por Trapp, aos 42. O juiz marcou pênalti e Neymar, capitão e camisa 10, converteu. No segundo tempo, a Seleção buscou ampliar o placar, mas não teve êxito. Além disso, seguiu sofrendo pouco em sua defesa — apenas algumas bolas aéreas e chutes de longas distâncias dos americanos.
A partida ainda ficou marcada pela estreia de Everton Cebolinha, então jogador do Grêmio, na Seleção. O atacante, que viria a ser um dos principais destaques do Brasil na Copa América de 2019, entrou aos 35 do segundo tempo no lugar de Neymar e teve poucas oportunidades para mostrar seu futebol.
As escalações de EUA 0x2 Brasil em 2018
EUA: Steffen; DeAndre Yedlin, Matt Miazga, Brooks e Antonee Robinson; Adams, McKennie (Delgado), Trapp (Roldan) e Arriola (Acosta); Julian Green (Weah) e Bobby Wood (Zardes) Técnico: Dave Sarachan.
Brasil: Alisson; Fabinho, Marquinhos, Thiago Silva (Dedé) e Filipe Luís; Casemiro, Fred (Arthur) e Coutinho (Lucas Paquetá); Neymar (Everton), Douglas Costa (Willian) e Roberto Firmino (Richarlison). Técnico: Tite.
Histórico do confronto
- 19 vitórias do Brasil
- 1 vitória dos EUA
*Colaboração: Leonardo Bender