Será um jogo de doação, de transpiração e, principalmente, resiliência. O Grêmio precisará atuar no limite físico, de entrega e marcação se quiser voltar de La Plata ainda vivo na Libertadores. Isso significa, pelo menos, empatar. O que empurrará a "final" desta noite para Talcahuano, contra o Huachipato.
O Tricolor, pós-derrota para Huachipato e Vasco, mostrou maior competitividade. Ganhou em energia na marcação, fortaleceu seu sistema defensivo e apostou em individualidades ofensivas para chegar ao gol. O momento é daqueles em que 1 a 0 é goleada.
Nesse cenário, as presenças de Dodi e João Pedro Galvão encorparam a marcação. JP é criticado pelas dificuldades na definição dos lances. Com razão, pois, como centroavante, precisa ter melhor capacidade de conclusão. Mas é preciso ver que, por outro lado, o Grêmio começa a marcar mais alto com ele e pressiona a saída adversária. Muitas vezes, isso força que os zagueiros quebrem a bola. O que tira deles a capacidade de construção desde trás, que se aproveita dos espaços concedidos no meio. Já Dodi, uma espécie de operário do meio-campo, joga de primeiro, mais à frente, pelo lado. Está longe de ser primor técnico, mas é abnegado.
O Grêmio precisa de abnegados nesta noite de terça-feira (23). O ambiente será hostil, o adversário estará embalado e empurrado pela sua torcida. Irá propor um jogo físico, de imposição. O primeiro passo do time de Renato é igualar nesse quesito. Depois, pensar em como chegar ao gol.
Uma vitória repõe o tropeço da Arena e recoloca o time na disputa. Empatar não é o resultado dos sonhos, mas mantém o time na briga. O primeiro passo em La Plata é não perder. Portanto, a noite exigirá operários.