Com os chaveamentos da Libertadores definidos por sorteio, o Grêmio já sabe quando, onde e talvez até como vai enfrentar seus adversários na competição continental. No Grupo C, o Tricolor vai precisar medir forças com o atual campeão da Copa da Argentina e os vencedores dos últimos Campeonatos Boliviano e Chileno. Tratam-se de Estudiantes, The Strongest e Huachipato, respectivamente. A coluna vai mostrar tudo que o time de Renato Portaluppi precisa saber destas três equipes e, nesta aqui, o foco é no time argentino.
Como chega o Estudiantes na Libertadores
Quatro vezes conquistando a glória eterna — 1968, 1969, 1970 e 2009 —, o Estudiantes de La Plata vem de um trabalho respaldado pela direção em relação ao técnico Eduardo Domínguez, que terminou a temporada passada em alta e completou um ano na casamata do clube no último dia 5.
O título da copa nacional, com direito a uma sequência de sete jogos sem perder, além do início de 2024 com nove partidas de invencibilidade, não fazem o treinador balançar no cargo após a atual sequência negativa de três jogos: perdeu para Platense, Sarmiento e River Plate.
Depois destes confrontos, recebeu o Boca Juniors em seu estádio, o Jorge Luis Hirschi, erguido por conta do projeto de Juan Sebastian Verón. Aquele mesmo. Além de ídolo dentro dos gramados, o ex-jogador foi presidente do clube de 2019 até 2021, e vai retornar ao cargo em abril deste ano. Mas a partida contra os Xeneizes foi suspensa após um episódio dramático: Javier Altamirano, jovem chileno de 24 anos, saiu de campo apresentando um quadro convulsivo. Ele foi retirado de ambulância e levado a um hospital. O clube informou, posteriormente, que o atleta estava consciente.
O Estudiantes gosta de marcar o adversário lá no alto, com intensidade e verticalidade. É um trabalho que se assemelha ao de Eduardo Coudet aqui no Sul do RS. Será a primeira vez que Domínguez comandará a equipe na Libertadores, o qual teve sua última participação em 2022, quando chegou as quartas de final.
Destaques do time
A experiência de Enzo Pérez, de 37 anos, que estava no River Plate até o ano passado, onde era um líder dentro das quatro linhas, agora forma um meio de campo consistente com Ascacibar, revelado pelo clube e que retornou após passagem pelo futebol alemão e italiano, e Altamirano, que não se sabe quando poderá voltar a jogar, se é que vai. No ataque, o angolano Cetré e o argentino Correa formam uma dupla perigosa para os adversários.
Quem é o técnico do Estudiantes?
Aos 45 anos, Eduardo Domínguez já tem um currículo com títulos de expressão, tanto de pontos corridos, como mata-matas em Argentina e Uruguai. Revelado como técnico no Huracán — time em que se aposentou como jogador profissional — Domínguez fez grande trabalho no Colón, entre 2017 e 2019, antes de se transferir para o Nacional-URU. Com uma passagem curta e sem prestígio, retornou ao time de Santa Fé, com quem chegou ao vice da Copa Sul-Americana naquele mesmo ano e, em 2021, foi campeão argentino.
Com a bela campanha pelo time médio da Argentina, Domínguez foi cotado para trabalhar no Inter em 2022. Como veio Cacique Medina, o comandante acabou sendo contratado pelo Independiente. Em 2023, foi para o Estudiantes e se consolidou de vez no futebol de seu país natal.
Uma curiosidade: Domínguez é casado com Brenda, filha de Carlos Bianchi, histórico treinador do Boca Juniors.
- Cidade: La Plata, Argentina
- Estádio: Jorge Luis Hirschi
- Títulos de Libertadores: 4 (1968, 1969, 1970 e 2009)
- Desempenho na última participação: quartas de final (2022)
- Ranking da Conmebol: 23º
*Produção: Leonardo Bender e Nikolas Mondadori