Foi a vitória do alívio. É pouco para as pretensões do Inter jogar para chegar aos 46 pontos, se afastar do Z-4 e encaminhar vaga na Copa Sul-Americana. Porém, foi o que restou, e o fundamental era evitar qualquer risco de um rebaixamento. O time e a torcida que foi ao Beira-Rio entenderam o momento e a necessidade.
O Inter jogou o que o jogo exigia. Sem constrangimento, segurou a vantagem mínima construída no primeiro tempo, na individualidade de Enner Valencia. Acabou o jogo com três zagueiros, Bustos e Renê fechando a linha de cinco. Na frente deles, montou uma barricada com Johnny e Rômulo, mais De Pena e Wanderson. Em determinado momento, até mesmo Luiz Adriano voltava para fechar. Foram 30 minutos de um jogo de sobrevivência, com a bola quase 100% do tempo com o Bragantino e quase 100% do tempo rondando a área colorada.
Por outro lado, o time paulista acrescentava atacantes e fazia um jogo de meia linha. No fim, prevaleceu a defesa do Inter e o jogo que, visto pelo recorte deste momento, foi o mais importante do ano. É pouco fazer um jogo de sobrevivência para chegar aos 46 pontos, mas era fundamental vencer e encaminhar um fim de ano sem sobressaltos.
Preocupação
O roteiro do jogo ainda colaborou para a alta tensão. Vitão e Enner saíram lesionados, com problemas musculares. Como não havia Alan Patrick e Aránguiz, faltava ao time quem segurasse a bola ou decidisse. Aliás, como agora a questão eleitoral deve ganhar mais corpo, a noite de domingo com cara de verão deu para os dois candidatos à presidência um raio X bem exato do que será necessário para 2024.
É preciso buscar jogadores com melhor capacidade física e que agreguem mais alternativas ao técnico. Há um time, como ficou claro na Libertadores, porém falta agora ampliá-lo e fazer com que não precise suar e fazer jogos de sobrevivência.