O Grupo City escolheu Salvador para fazer seu encontro anual, em que reúne seus executivos que comandam os rumos dos 12 clubes que tem em sua carteira. O endereço em terras baianas foi o Tívoli Ecoresort, na praia do Forte, destino cobiçado pelos europeus nas férias.
Jose Mourinho, por exemplo, costumava passar férias ali em um dos resorts exclusivos. A beleza natural da região, a 80 quilômetros de Salvador, é estonteante. Pois ali, entre coqueiros e com vista para o mar, o Grupo City discutirá metas, metodologias e próximos passos.
O encontro começou na segunda-feira (16). No fim de semana, o CEO do grupo, Ferran Soriano, e o diretor comercial e de estratégia, Esteve Calzada, desembarcaram em Salvador. Os dois fizeram parte da retomada do Barcelona no começo deste século, em um projeto que teve como propulsor Ronaldinho. Ferran é o autor do livro A Bola Não Entra por Acaso, no qual detalha esse processo. Calzada publicou Show me the Money, em que aborda formas de criar receita a partir do marketing esportivo.
Soriano estará na Arena Fonte Nova nesta noite, para assistir ao jogo contra o Inter. Esta é a segunda visita dele ao Brasil desde que o Grupo City se tornou dono de 90% da SAF do Bahia. Desde o começo do ano, foram investidos mais de R$ 100 milhões em 25 reforços. O projeto inicial teve correção de rumo, com a saída do técnico português Renato Paiva e a chegada de Rogério Ceni.
Nesta noite, Ceni terá, pela primeira vez, todos os jogadores à disposição. Sob seu comando, são quatro jogos, com duas vitórias fora (4 a 2 no Coxa e 6 a 4 no Goiás) e duas derrotas (Santos, em casa, e Flamengo, fora). Cauly, 28 anos, trazido da Bulgária em janeiro, é o grande nome do time.
O jogo vale ao Inter poder olhar só para cima
Embora mire a tabela para cima, o Inter tem, sim, um confronto direto nesta noite. Precisa pensar assim, neste momento, pela vizinhança ainda com a zona de rebaixamento. Uma proximidade que acabará com uma vitória sobre o Bahia.
Em processo de retomada desde a chegada de Rogério Ceni, trata-se de um time que faz muitos gols, mas também sofre muitos. Nas duas vitórias com Ceni, fez 10 e levou seis. O ponto aqui, porém, está longe de ser o Bahia e suas armas. O ponto é mesmo o Inter. São nove desfalques para o jogo em Salvador, sendo quatro deles titulares. Coudet montará um time alternativo, quase como aqueles que tentaram segurar a onda enquanto o foco todo estava na Libertadores.
O cenário, mesmo com todas essas ausências, podemos dizer que pode ser revertido. Muito pela forma de jogar deste Inter, seja com titulares ou reservas. Trata-se de um time que marca alto, é agressivo no ataque, busca jogar sempre com a seta apontada para a frente. O que pode ser desequilibrante contra um adversário que tem a quarta pior defesa do Brasileirão, com 38 gols em 26 jogos.
Por outro lado, Coudet terá um ataque mais lento, caso opte por Luiz Adriano ao lado de Alan Patrick. Essa é a tendência, mas eu não duvidaria de um Pedro Henrique para avançar sobre os baianos. Afinal, é um confronto direto de quem quer olhar só para cima.