Há uma vantagem, de voltar do Rio com o confronto aberto e para decidir no Beira-Rio, diante de 50 mil pessoas. Porém, há também uma ponta de frustração porque essa vantagem poderia ter sido bem maior, pela história do jogo.
O Inter ficou com um a mais a partir dos 45 minutos de jogo, empatou logo em seguida e virou no segundo tempo. Tinha o jogo na mão e até uma perspectiva de ampliar esse placar. A noite parecia toda direcionada para acabar vermelha no Maracanã.
Só que Aránguiz cansou e, depois, Coudet trocou Alan Patrick e Mauricio por Lucca e Dalbert. Foi como se tivesse virado uma chave da partida. O Fluminense, mesmo com um a menos, passou a jogar como se estivesse ele com 11.
Keno, Arias, Alexsander, André e Marcelo distribuíram a bola, trocaram passes, se infiltraram e a dominaram a partida. Construíram o empate e fizeram os cariocas ocupar mais tempo o ataque do que o Inter nos últimos 15 minutos. No fim, o empate acabou tendo um tamanho justo pelo que fez o Fluminense e pelo que deixou escapar o Inter.
Todas essas reviravoltas do jogo o tornaram um espetáculo digno de uma semifinal da Libertadores. Fernando Diniz e Coudet jogaram sempre com a seta apontada ao ataque, sem medo e arriscando. Mesmo quando ficou sem um jogador, Diniz não deixou de montar seu time de forma ofensiva. Tirou Ganso e colocou Alexsander. Montou uma dupla de volantes criativos, abriu Keno e Arias e deixou Cano na frente. Quando atacava, o fazia em bloco. André, aliás, já pode ser classificado como extraclasse. Joga futsal no campo, sobra na turma
Coudet, por sua vez, manteve a postura agressiva do time. Procurou marcar alto, atacar, acossar o Fluminense. Essa é uma característica deste Inter, de jogar sempre com a missão de ganhar. Parece óbvio, mas é comum técnicos montarem seus times, ainda mais em largadas de mata-matas para não perder. O que, diante de um rival como esse Fluminense, é fundamental.
A quarta-feira, no Beira-Rio, exigirá essa postura o tempo todo. O Maracanã deixou lições. Não se pode vacilar diante de um adversário tão vocacionado para o gol como esse Fluminense. Nem se pode cometer erros. Renê, por exemplo, esteve envolvido nos dois gols. Errou no primeiro e errou no lance do escanteio que originou o segundo.
Outro ponto de alerta, não se pode perder tantas chances. O confronto, como ficou claro no Rio, é apertadíssimo. Por isso, jogar em casa, por uma vitória, representa uma grande vantagem. Poderia ser maior? Sim. Mas uma vantagem, por menor que seja, não pode ser desprezada. Nunca.