Mais um passo firme para a constituição da Liga Unificada será completado nesta sexta-feira (26), em uma reunião online entre os 18 integrantes da Libra. Os clubes do bloco decidiram, na primeira parte da assembleia, iniciada na terça-feira (23), derrubar a manutenção do valor mínimo que alguns clubes têm de PPV no contrato de TV atual.
Isso representa a queda de barreira para aproximação com a Liga Forte Futebol (LFF). Isso porque impacta diretamente um privilégio com o qual contam Flamengo e Corinthians. Os cariocas partiram, em 2022, de um ganho de R$ 160 milhões, e o paulistas, de R$ R$ 110 milhões. O Grêmio também garantiu, na assinatura do contrato, lá atrás, um mínimo garantido, mas esse valor é infinitamente inferior se comparado ao dos dois.
A retirada do mínimo garantido acontece depois de forte pressão dos demais grandes clubes da Libra, há cerca de um mês. O movimento ficou claro quando a presidente do Palmeiras, em mais de uma entrevista, criticou a postura do Flamengo. A mudança também atende a uma exigência do Forte Futebol para que os dois blocos se fundam em um só e, enfim, criem a Liga Unificada, com 40 clubes. Havia descontentamento porque, pela visão dos clubes, Flamengo e Corinthians seriam os únicos blindados em um modelo de negócio novo.
O que a Libra decidiu em assembleia é que, caso o valor arrecadado com a venda dos direitos TV ultrapasse os R$ 4 bilhões, a divisão dos direitos atenderá ao seguinte formato: 45% de forma igualitária, 30% audiência e 25% por critérios técnicos (colocação na tabela). Assim, a diferença entre quem ganha mais e quem ganha menos ficaria, no máximo, em 3,3 vezes.
Caso o valor da venda dos direitos seja menor ou igual a R$ 4 bilhões, os valores distribuídos neste ano se repetirão. O contrato atual de TV termina em dezembro de 2024. Há pressa em colocar a nova Liga no mercado, para que se inicie as tratativas. Normalmente, esses acordos começam a ser negociados três anos antes do final do acordo em vigor.
A reunião da Libra seguirá nesta sexta, em encontro virtual. Há pontos ainda sobre os quais os dois blocos divergem. Por exemplo, o percentual destinado à Série B. A Libra estipulou 15%, a LFF defende 20% para a Série B, com uma pequena fração à Série C. Porém, esses são pontos menores em relação ao tema dos mínimos garantidos.
Mubadala e Serengeti
Caso se confirme, ali na frente, a fusão dos dois blocos, há um outro ponto a ser discutido. A Libra chegará com uma proposta de venda de 20% dos direitos para o fundo Mubadala, de Abu Dhabi, por R$ 4,75 bilhões. A LFF chegará com proposta de venda de 20% dos direitos para o Serengeti Group, por R$ 4,85 bilhões.
O ponto, segundo apurou a coluna, é que o Mubadala não tem intenção e fazer uma composição com o Serengeti. Alega ser um fundo com R$ 284 bilhões, enquanto o outro teria R$ 1 bilhão. Para estimular a assinatura do contrato, o Mubadala oferece aos clubes um valor de R$ 3 milhões à vista para quem aderir ao contrato. Porém, só aceita assinar com a Libra se ela tiver 16 clubes da Série A. Hoje, são 11.