Renato passa a contar, a partir desta semana, com a volta de Pepê. E isso muda muito o cenário para o Grêmio. Com ele, muito do jogo e controle e bola no pé acaba resgatado. A ideia dos três meias fica mais potencializada, por duas razões. A primeira é que devolve Bitello ao seu lugar nesta temporada, partindo da direita para o meio e trocando de posições com Cristaldo e Vina. A segunda é que com Pepê a bola chega mais limpa e macia ao trio da frente. Há uma ponte entre defesa e ataque.
Tudo isso fará com que Renato possa observar com mais nitidez se esse Grêmio que luziu no Gauchão até a saída de Pepê também será exequível no Brasileirão e nas oitavas da Copa do Brasil, contra rivais mais robustos, dotados de um jogo mais qualificado e em outro padrão de intensidade. Bem diferente daqueles encontrados no Gauchão e na Copa até aqui.
Há uma expectativa de que a retomada de um meio-campo mais próximo daquele que fez o time encaixar também ajude Suárez a reencontrar os gols. Uma estatística aponta que com Pepê no time, o uruguaio atingiu seus melhores números. Foram 12 jogos, 10 gols e quatro assistências. Sem o meio-campísta, as estatísticas desaba, Em sete jogos, houve um gol apenas, o de pênalti, contra o Caxias, e uma assistência. Há duas formas de enxergar esses números.
Por um lado, é preciso descontar o nível dos adversários, todos do Gauchão. Por outro, é dever ressaltar que Pepê favorece o estilo de jogo de Suárez. Trata-se de um meio-campista que faz a bola rodar com velocidade e eleva a qualidade de passe. Assim, se ela não chega pelos pés dele, passa por eles para chegar aos meias em condições de dar sequência ao lance. Para qualquer time do mundo, contar na origem das jogadas com um passe mais correto faz com que a máquina ofensiva toda se ajuste. É por isso que Renato saudou tanto os 30 minutos de Pepê no jogo-treino contra o Aimoré. Sua volta para encarar o Bragantino, domingo (7), é mais do que reforço. É o resgate de uma forma de jogar.