Entre os ajustes feitos por Renato até chegar ao modelo atual, com um meio-campo com cinco meias, o que chama mais a atenção é Bitello. Ele começou a temporada como segundo do meio, passou a atuar como meia central até a chegada em definitivo de Cristaldo e parou no lado direito. Precisou de um jogo para se habituar com o lugar.
A mexida tática feita pelo técnico, com os três meias trocando de posição, só beneficiou um jogador que parece múltiplo no meio-campo. A veia ofensiva de Bitello, é verdade, não vem de hoje. No FC Cascavel, subiu direto do sub-17 para o time principal, em 2018, como meia-atacante. Inclusive, fez alguns jogos no Paranaense daquele ano. Foi como jogador ofensivo que desembarcou no Grêmio na metade daquele ano.
Na base, Bitello foi recuado e passou a jogar como um segundo jogador do meio-campo. No entanto, quando o promoveu a titular, há um ano, Roger recusou o rótulo de volante que o impingiram numa entrevista. Tratava-o como um camisa 10, só que sem a camisa e a grife destinada a esses jogadores.
Bitello atuava como ponta de um triângulo no meio, conectando duas áreas. Numa outra entrevista, depois da conquista do Gauchão, Roger chegou a defini-lo como um europeu. Usou como parâmetro a média no futebol brasileiro, em que um jogador usa alta velocidade entre 10% e 12% do tempo de jogo. No caso de Bitello, o índice é de 20%.
Neste ano, com Renato, passou a atuar mais avançado. Os números mostram bem isso. Em 11 partidas, tem quatro gols e três assistências. Só finalizou menos do que Suárez na temporada gremista.
O uruguaio, contratado para ser o grande finalizador das jogadas, tem 16 arremates. Bitello tem 13. Os dois últimos foram no Gre-Nal, em chances que teve dentro da área. Uma prova de que entendeu bem a função que lhe foi destinada e o fez se tornar em um dos grandes nomes deste começo de temporada aqui na ponta sul do Brasil.