O Grêmio está praticamente garantido na semifinal do Gauchão, mantém seus 100% de aproveitamento e faz uma campanha irretocável. Isso são os números e o olhar na superfície depois do 2 a 0 no Avenida, com participação sem gols, mas direta de Suárez na construção deles.
Uma análise que vá além disso, e nem precisa muito, detecta que há problemas de mecânica que se repetem, com pontos vulneráveis no sistema de marcação que precisam ser ajustados com certa urgência. Afinal, na virada do mês começam os confrontos mais espinhosos, como o mata da Copa do Brasil, o Gre-Nal e a fase eliminatória do Gauchão, nesta ordem.
Renato testou Villasanti ao lado de Pepê. Porém, com os dois alinhados e alternando saída. Nada de um mais fixo do que o outro, como se supunha pelas características do paraguaio. Mas não passa só por isso.
Cristaldo é um jogador de pouca voracidade na marcação da saída de bola. Assim como Suárez. Eles cercam, tentam, mas sem a energia que se recomenda. Nesse caso, o Grêmio precisaria avançar seu bloco inteiro, para pressionar alto. O que exige, é verdade, mecanismos para evitar uma escapada.
Só que o time fica no meio do caminho. Nem pressiona, nem marca atrás. O que expõe seus laterais e zagueiros. Os dois volantes acabam se tornando insuficientes – e serão sempre, se o time joga espaçado demais e sem acossar o adversário na origem.
O que tem se visto nos últimos jogos são meias e volantes adversários jogando e criando situações de gol. O Aimoré acabou o primeiro tempo na Arena com mais arremates a gol, apesar de ter levado o gol nos primeiros minutos. O Juventude, quando se propôs a jogar, dominou e quase buscou um empate depois de sair levando 3 a 0. Neste domingo, foi o Avenida. Garré foi o cara do jogo. Até o destempero de Micael e Marcão, expulsos por reclamar do gol (legítimo), o Avenida era quem dava as cartas.
Há um time em construção. Não há nada de anormal na existência de parafusos a serem apertados. Porém, o que se vê no Grêmio são mais do que parafusos, mas uma estrutura de marcação que precisa ser definida na sua identidade, para depois ela ser mecanizada. E o tempo está passando.