Faltando pouco mais de 30 dias para a Copa, qualquer cena de jogador da órbita da Seleção Brasileira com a mão na perna ou caído no gramado provoca calafrios em Tite e na torcida. Mesmo com o Mundial marcado para a primeira parte da temporada, há um estado de alerta na comissão técnica da Seleção. Isso porque os clubes europeus estão cumprindo um calendário parecido ao que temos aqui no Brasil, com algumas semanas tendo um jogo a cada 72 horas.
Em entrevista concedida ao programa "No Mundo da Copa", há cerca de um mês, o preparador físico Fábio Mahseredjian havia previsto que alguns astros poderiam sofrer com lesões musculares às vésperas da Copa, já que não estão acostumados com esse ritmo mais acentuado de jogos.
No último fim de semana, Tite levou dois sustos grandes. Primeiro, Richarlison deixou o jogo do Tottenham aos prantos, por uma lesão muscular na panturrilha. A mesma que o havia tirado de combate nos tempos de Everton por dois meses. O exame realizado em Londres, porém, mostrou que não houve gravidade e que ele estará de volta em duas semanas. O outro susto foi o zagueiro Bremer, cuja candidatura à vaga de quarto nome para a zaga cresceu muito na última data Fifa. No clássico Juventus x Torino, seu ex-clube, Bremer saiu com problema no tendão da coxa. O exame apontou grau 1 e prazo de 20 dias para retornar. Cinco dias antes da lista.
A coluna também acompanhou alguns nomes que estão na corrida por vaga e traz aqui um breve "Titômetro" do fim de semana.
Richarlison
Por sorte, o susto foi maior do que a lesão. Richarlison estará de volta em 15 dias. Haverá tempo suficiente para voltar a jogar e se afiar. Afinal, trata-se do centroavante titular da Seleção.
Bremer
O zagueiro foi novidade da última convocação de Tite. Entrou no amistoso contra Gana e jogou do lado direito e do lado esquerdo da defesa, em um claro campo de observação da comissão técnica. Como a quarta vaga de zagueiro segue aberta, disputa com Gabriel Magalhães, Ibañez e, muito por fora, Felipe. A lesão o tira de ação por 20 dias. Voltará no começo de novembro, dias antes da convocação, marcada para dia 7.
Roberto Firmino
Olho nesse nome. Voltou a jogar bem e numa função diferente, como meia ponta-de-lança, por trás do centroavante, no caso Salah. Em temporadas passadas, era um falso nove, pois recuava para as entradas de Mané e Salah em diagonal. Caiu de rendimento e ficou de fora das convocações de Tite a partir da rodada de outubro de 2021 das Eliminatórias. Porém, sua retomada no Liverpool o trouxe de novo à Seleção. Firmino é líder do Liverpool, na Premier League, em gols, assistências e grandes chances criadas. Contra o City, no domingo, teve boa atuação.
Coutinho
Se Firmino cresce como um meia ponta de lança, Philippe Coutinho perde terreno neste começo de temporada europeia. A favor dele, está a admiração de Tite. Porém, a ida para o Aston Villa, que o resgatou no primeiro semestre de 2022, parece colocá-lo nas sombras. Coutinho participou dos 10 jogos do seu time na Premier League, mas em apenas seis foi titular. Tem média de 52 minutos em campo. Ainda não marcou gol pela Premier League. Seus números, conforme o SofaScore, são tímidos: média de 1,6 arremate por jogo e nenhuma grande chance criada. Corre risco.
Daniel Alves
Para quem pretende estar na Copa, participar de um clássico como Real x Barça estando na arquibancada é preocupante. Daniel esteve no Santiago Bernabéu para acompanhar seus ex-companheiros de Barcelona. A futuro do lateral é uma incógnita. Ele jogou pela última vez em 23 de setembro, pelo Pumas, na Liga MX. Como o time ficou nas últimas posições e fora dos playoffs, Daniel saiu de férias. Ele usa as instalações do Barcelona para manter a forma. Na quinta-feira, em entrevista à mídias do Nordeste, Tite valorizou a liderança de Daniel e a conexão que faz entre os egressos do time olímpico e os mais rodados da Seleção. Porém, talvez isso seja insuficiente para levar ao Catar um jogador de 39 anos que estará há dois meses sem jogar.