O Grêmio sabe que será central o jogo contra o Ceará, no horário do churrasco de domingo. Um tropeço poderá colocar mais uma tonelada sobre as costas do time e empurrar Felipão contra a parede. Ainda mais depois de duas semanas dedicadas apenas a treinos e trabalhos para implantação de sua ideia de jogo.
Por isso, o técnico pretende fazer pouquíssimas mudanças na equipe. Geromel e Kannemann voltam a formar dupla de zaga, o que aconteceu em 11 das 50 partidas desta temporada (pouco mais de 20%). E terminariam aí as mudanças, conforme ouviu a coluna ao conversar com pessoas ligadas ao Grêmio.
Ou seja, aquela ideia de fixar Rafinha na direita, Guilherme Guedes na esquerda e Vanderson no banco de reservas parece perder muita força. Embora Felipão tenha testado isso. Assim como testou outras variações. Uma delas, inclusive, com Guilherme Guedes pela direita e Rafinha na esquerda, numa ideia em que os laterais, em vez de transitar pela beirada, cortam para o meio e infiltram ou buscam as conexões com os jogadores de frente.
A definição de time ainda depende de como voltarão Villasanti, da seleção paraguaia, e Borja, da colombiana, nesta sexta-feira (10). A viagem do volante é curta. Ele jogaria no começo da noite de quinta-feira (9) contra a Venezuela, em Assunção, e possivelmente no final da manhã já esteja a caminho de Porto Alegre.
O caso de Borja é mais complexo. O jogo da Colômbia contra o Chile seria disputado no calor úmido de Barranquilla, onde a seleção manda seus jogos para cozinhar os adversários. Barranquilla é nas bordas do caribe colombiano.
Ou seja, o centroavante passará a sexta-feira singrando a América do Sul, se reapresentará no sábado e, domingo de manhã, precisa estar em campo para resolver a secura de gols do Grêmio. Esse, aliás, foi um dos pontos mais trabalhados por Felipão nessas duas semanas livres. O Grêmio, sob seu comando, tem média de 0,8 gol por partida. Ou seja, menos de um.
O que se explica pela baixa produção ofensiva, que ostenta 2,8 chutes a gol, em média, por jogo. Se não resolver esse problema, dificilmente o Grêmio sairá do atoleiro em que se encontra. Por isso, o jogo contra o Ceará é central. Ou dá uma resposta convincente, ou se enreda mais em sua crise.
A legião gaúcha do Ceará que conhece bem o Grêmio
Não são apenas Tiago Nunes e sua comissão técnica que conhecem a fundo o Grêmio. Há no clube uma legião gaúcha (de nascimento ou laços). O gerente executivo é Jorge Macedo, criado no Inter e que comandou o futebol colorado até 2018.
O auxiliar fixo do clube é Daniel Azambuja, o Dadá, que foi preparador físico nas categorias de base da Dupla e está em sua segunda passagem pelo Ceará como auxiliar. Dadá também é o técnico do sub-23, que lidera uma chave na qual está o Grêmio no Brasileirão de Aspirantes.
No grupo, a lista de jogadores com passagem por aqui é extensa. O goleiro Vinícius Machado, 21 anos, e o meia-atacante Lima são crias de Eldorado do Sul. Jael foi campeão da América em 2017.
A lista de ex-colorados tem o lateral-direito Gabriel Dias, o zagueiro Klaus e o volante Fabinho. No Ceará, Tiago Nunes conta com a mesma comissão técnica que trouxe para a Arena, com os auxiliares Kelly e Evandro Fornari, que chegou a comandar o Grêmio em alguns jogos, quando Tiago estava afastado pela covid-19.