Miguel Ángel Ramírez permaneceu em Porto Alegre até o final de junho. Seguiu morando na casa que havia alugado, no condomínio de luxo Terraville, no extremo sul da Capital, onde, inclusive, era vizinho de alguns jogadores do Inter. O espanhol voltou para as Ilhas Canárias, onde está sua família, apenas para esperar o visto de trabalho nos EUA.
Uma semana depois de deixar o Rio Grande do Sul, Ramírez se prepara para desembarcar, em agosto, na Carolina do Norte, onde assumirá o Charlotte FC, a 30ª e última franquia a ser incorporada à MLS, que gerou um investimento de US$ 325 milhões.
Ramírez começará o trabalho do ponto zero. O Charlotte FC só estreará na próxima temporada. O grupo está em fase de construção e conta com poucos jogadores, todos estrangeiros: o meio-campo espanhol Sérgio Ruiz, que atuou emprestado ao Las Palmas; o atacante australiano Riley McGree, cedido ao Birmingham, da segunda divisão inglesa; e o austríaco Christian Fuchs, campeão inglês pelo Leicester e aquisição mais midiática. O restante do grupo virá mais adiante, com o draft de expansão, que é uma permissão dada aos novos clubes para contratar no mercado local, no período de negociações.
A perspectiva é de que Ramírez tenha em mãos um orçamento vultoso para um clube iniciante. O Charlotte FC tem como dono o bilionário David Tepper, proprietário do Carolina Panthers, um dos times tradicionais da NFL.
Tepper pagou US$ 2,2 bilhões pela franquia em 2018. Aliás, o time de Ramírez dividirá casa com o Panthers no Bank of América Stadium, cuja reforma em 2015 custou US$ 250 milhões. O estádio tem capacidade para 75,5 mil pessoas.
O plano do Charlotte FC é bater o recorde de público da MLS logo na estreia, alcançando a lotação máxima. Depois disso, a meta é manter média de 30 mil pessoas por jogo.
Ramírez chega ao Charlotte FC com a mesma comissão técnica que o acompanhou no Inter. Ou seja, levará o auxiliar argentino Martín Anselmi, o preparador espanhol Cristóbal Fuentes e o analista de desempenho colombiano Luis Piedrahita.