O Inter recomeça nesta quinta-feira (10), contra o Vitória, em busca da vaga nas oitavas da Copa do Brasil. Sim, depois do 5 a 1 para o Fortaleza, o clube deu um mergulho em seu interior e buscou um diagnóstico de quais parafusos precisa apertar para seguir com o projeto Miguel Ramírez.
Houve reuniões de dirigentes com comissão técnica, de dirigentes com dirigentes e de jogadores com dirigentes. Enfim, o Inter tratou de aparar arestas e fazer as correções para evitar que a ideia de fazer uma ruptura no modo de enxergar o futebol afunde com 90 dias de vida.
O presidente Alessandro Barcellos desceu para o CT e deu plantão por lá para mapear o que levou o clube a essa turbulência. Miguel Ramírez foi cobrado. Precisou responder a questões relacionadas ao seu modelo de jogo e ouviu que necessitará de algumas adequações ao contexto brasileiro. O jogo de posição e a ideia de buscar ser protagonista sempre com a bola prosseguem. Mas há decisões suas que precisam ser revisadas.
Mudar a equipe de forma tão profunda, por exemplo, como fez contra o Fortaleza, foi decisivo para o vexame no Ceará. Mesmo com o calendário apertado, é preciso conservar uma base mais numerosa possível.
A direção também reviu alguns pontos e retomou a ideia original do seu organograma. Um coordenador técnico será buscado, para que faça a interface entre jogadores, técnico e gabinetes. A ideia é buscar alguém com habilidade e vivência de vestiário. O modelo é o que adota o São Paulo, que colocou Muricy Ramalho em uma posição intermediária ao executivo Rui Costa e o vestiário comandado pelo técnico argentino Hernán Crespo. Profundo conhecedor do clube, Muricy serve de ponte entre o campo e os dirigentes.
Antes de todas essas medidas, porém, há a decisão contra o Vitória. O Inter tem a vantagem do 1 a 0 em Salvador e joga pelo empate. Porém, a goleada em Fortaleza trouxe incerteza até mesmo para esse confronto. Ramírez, com covid, estará de fora. Mas é fundamental que seu trabalho comece a aparecer de forma mais vistosa no campo a partir desta noite. Para acalmar o ambiente e retomar o controle de um trabalho que, até um mês atrás, tinha uma curva ascendente.