O Independiente del Valle embarca na tarde desta quinta-feira (8) para Assunção. Como se trata de um clube secundário no noticiário dos jornais de Quito e que também adota uma política de comunicação mais restrita, pouco se sabe do posicionamento dos seus dirigentes.
Mas o fato é que, nesta quarta-feira (7), o Comitê de Operações de Emergenciais, que cuida das questões da Covid no Equador, publicou uma resolução que vai afetar o jogo de volta em Porto Alegre. Além das explicações pelas quais impediu que a partida de ida fosse disputada em Quito, o COE alterou o protocolo para quem chega por via aérea ao país vindo do Brasil ou que tenha passado por aqui, em escala ou conexão.
A partir desta quinta-feira, será exigido que uma delegação ou passageiro permaneça 10 dias confinado em um dos hotéis indicados pelo Ministério do Turismo local. Seja qual for o resultado do teste de covid a que foram submetidos no desembarque.
Até esta quarta-feira, a recomendação era de que os passageiros de voos originários do país apenas se submetessem ao teste e, em caso de resultado positivo, fossem isolados. Tudo mudou a partir da decisão tomada com o Grêmio. As autoridades vetaram, inclusive, a saída da delegação para treinar - o que provocou o protesto do Grêmio junto à Conmebol, para mudança da data e do local do jogo de ida.
Diante desse cenário, é provável que o Independiente del Valle reivindique junto à entidade que a partida marcada para a próxima quarta-feira seja tirada da Arena. Vir ao Brasil significaria ficar 10 dias em quarentena em um hotel na volta para casa, sem treinar e sem jogar pela Liga Pro, como é batizado o campeonato equatoriano.
O Grêmio, até a noite desta quarta-feira, mantinha sua programação estabelecida na saída do Equador. Ou seja, joga na sexta-feira à noite e, no começo da manhã de sábado, pega seu voo fretado para Porto Alegre. No domingo, inicia a preparação para o jogo da quarta-feira.
O cenário do confronto entre Grêmio e Del Valle mostra o quanto a Libertadores está por um fio para ser interrompida. A solução de levar a partida de ida para Assunção se deu pela boa relação da Conmebol com o governo paraguaio, muito em função da sede em Luque e das conexões que a proximidade facilita.
O governo paraguaio flexibilizou para as delegações de futebol a exigência de quarentena de sete dias a quem chega ao país. Porém, nesta fase, são quatro confrontos, e menos protocolos a serem driblados. A partir de 20 de abril, serão 32 times singrando o continente nos dois meses em que se desenrolará a fase de grupos. Entre eles, pelo menos, seis brasileiros, que viraram visitantes indigestos pelo descontrole da pandemia por aqui.