A noite desta quinta-feira, 25 de fevereiro pode ser histórica. Pode ser mais do que uma nesses tempos de pandemia que nós lembraremos, lá na frente, sem qualquer ponta de saudade. Pode ser a noite que o Inter espera há mais de 41 anos. Uma vitória sobre o Corinthians, combinada com tropeço do Flamengo contra o São Paulo, tornará os colorados donos do Brasil. Mas não será só isso. A conquista do tetra turbinará nos gabinetes do Beira-Rio uma solicitação que já foi encaminhada pelo conselheiro José Amarante para que Abel Braga vire uma estátua no pátio do estádio.
A sugestão foi levada à Mesa do Conselho em 25 de janeiro, um dia depois da vitória de virada sobre o Grêmio, que interrompeu a série de 11 Gre-Nais e 26 meses sem vencer o grande rival. A presidente do Conselho Deliberativo, Lenize Doval, como recomenda o regulamento do clube, encaminhou o ofício ao Conselho de Gestão (CG), liderado pelo presidente Alessandro Barcellos.
É o CG que deve deliberar sobre esse tipo de tema. No mesmo ofício, o conselheiro também sugeriu que fosse erguida no pátio do estádio uma estátua para Falcão, casualmente, eleito em pesquisa da revista Placar, publicada agora em fevereiro, como titular do meio-campo de todos os tempos da Seleção, formando um tripé com Didi e Pelé.
Todas essas decisões, no entanto, ficarão mais para a frente. Agora, é evidente que dar para o Inter um Brasileirão ausente há mais de quatro décadas equipará Abel com uma tríplice coroa vermelha de grande apelo, alinhando a taça com a da Libertadores e a do Mundial. Além disso, essa sétima passagem fez dele o técnico com maior número de jogos no comando do Inter – superou Teté, que tinha 337.
Qualquer deferência, no entanto, passa pela noite de hoje, quando Abel comanda o Inter pela 340 vez na vida e pela última nesta sétima passagem. Uma despedida que pode fazê-lo ainda mais presente na vida dos colorados.