Contratado de forma emergencial pelo Inter no fim de agosto, Abel Hernández desembarcou em Porto Alegre com seis meses de inatividade. Treinava com um personal trainer em Montevidéu. Antes disso, vinha de oito meses no futebol do Catar, onde o nível técnico e de competitividade causam alguns estragos nos jogadores.
Mesmo mais pesado do que nos tempos de Itália e Inglaterra, mostrou seus atributos. É um jogador inteligente, de bom posicionamento e que costuma sempre procurar a tabela e os espaços.
O gol no Gre-Nal premia uma evolução que já vinha sendo observada. Por exemplo, ele deu o passe para o gol de Yuri contra o Ceará.
Abel não será o dono do lugar, mas se trata de um jogador de características interessantes, que segura a bola na frente. Uma alternativa a Yuri Alberto e Galhardo. Mesmo que tenha perdido o trem na Europa, depois de uma lesão de ruptura de tendão de Aquiles no Hull City, o uruguaio mostrou no clássico que ninguém joga Copa América e Copa do Mundo com o Uruguai à toa.
Por vezes, definições precipitadas e sem uma leitura do contexto motivam conceitos definitivos sobre um jogador. O tempo, sempre ele, ensina que é preciso esperar um pouco mais.