O Juventude está de volta. E isso muda tudo na vida do clube. Aliás, o Juventude, que foi um símbolo de estabilidade na virada do século, se acostumou a se reinventar. Por isso, escalou até a Série A com passos firmes. Nunca é demais lembrar que começou a década na Série D e afundou tanto que chegou a ser um time sem série por alguns meses. Foi um trabalho de reconstrução lento e constante, finalizado com uma vitória de 1 a 0 apenas sobre o Guarani, mas segura como foi toda a campanha nesta Série B.
A própria trajetória do Juventude neste 2020 é um exemplo da sua capacidade de reinvenção. Iniciou com Marquinhos Santos e aproveitou a parada da quarentena para trocá-lo por Pintado. Esse foi um lance decisivo, marcou a conjunção de um técnico pronto para dar o salto com um clube preparado para ascender.
A partir daí, o Juventude empreendeu a sua volta à elite. Manteve-se sempre próximo do G-4 ou dentro dele. Perdeu jogadores importantes, como o meia Wagner, lesionado, o atacante Breno, vendido para que os salários pudessem ficar em dia, e Dalberto, numa opção para poder contar com Rogério, o herói da virada com o Figueirense na penúltima rodada. Mas foi repondo, com nomes como Matheuzinho, Everton, Bambam.
Trouxe figuras experientes, como o zagueiro Emerson, 37 anos, e até passagem pela Seleção Brasileira no currículo. Emerson foi de uma fortaleza absurda na defesa em Campinas. Isso mostra a capacidade de garimpar jogadores, de buscar valores e fazer uma equipe competitivo com poucos recursos.
A realidade, a partir deste sábado passa a ser outra. Muda a Série, muda o mercado de jogadores, muda o patamar financeiro. Só não pode mudar a capacidade de se reinventar. Foi ela que fez o Juventude, que era sem série em 2011 chegar à Série A uma década depois.