Foi uma noite esquisita para os gremistas. Porque a vitória veio, mas vieram também algumas questões que pontuam o momento do Grêmio.
A primeira é o rendimento do time. O time repete-se em atuações de nível técnico baixo, com erros demais em passes, lentidão em suas transições e uma rotina que se estabeleceu na Arena, em que os adversários dominam e conduzem o jogo, criando sempre uma apreensão. Falta ao time mais vigor e imposição técnica. Muito pelas escolhas de Renato Portaluppi.
Robinho joga numa faixa morta do campo, não tem verticalidade. Diego Souza parece fora da sintonia do time, também porque a bola pouco chega para ele em boas condições. O Bragantino está muito distante de ser um adversário assustador.
Erra passes demais, seus jovens jogadores tomam decisões equivocadas a todo o momento. Claudinho e Artur são habilidosos e têm bola no corpo, mas parece jogarem mais para si do que para o conjunto. Mesmo assim, até o 1 a 0, em gol de David Braz, era o Bragantino que controlava as ações. Foi esse time que acabou o jogo acossando o Grêmio tentando evitar o 2 a 1.
A segunda questão tangencia a parte técnica, mas é muito mais sensível. Maicon, de atuação opaca, se irritou com Renato ao ser cobrado por um passe errado, e pediu para ser substituído. Foi gritante a tensão entre o líder do campo e o treinador.
Maicon saiu indignado para o vestiário ao ser substituído por Lucas Silva. Passou como uma flecha rumo ao vestiário, sem olhar para o lado. É uma questão que exigirá toda a sensibilidade e gestão de grupo de Renato.
Mas também precisa ser vista pelo ponto de vista técnico. O time ficou mais solto depois da saída dele, embora seja difícil, neste momento, prescindir de sua qualidade. O fato é que o Grêmio ganhou, mas ainda não passa a segurança de que seguirá em um caminho mais seguro nesta reta final de temporada.