A coluna foi ouvir o gaúcho César Thier, ex-goleiro que trabalha no Hoffenheim e tem como principal tarefa acolher os jovens brasileiros que desembarcam no clube bancado pela gigante SAP. Lucas Ribeiro, o zagueiro buscado na Alemanha pelo Inter, teve César como praticamente uma sombra nesse um ano e meio por lá. Por WhatsApp, César topou responder a três perguntas que ajudam a conhecer Lucas, um jogador que saiu do Vitória antes dos 20 anos, sem nem se apresentar direito por aqui.
Quem é o Lucas Ribeiro?
O Lucas é um guri muito humilde, bondoso, um cara excepcional, que cuida muito da família, procura sempre proteger os seus, como a princesinha dele, a Laurinha, a filha de um ano e alguns meses. Trata-se de um guri que tem os pé no chão, não é como alguns jogadores que ganham um pouco de dinheiro e começam a gastar. Trata-se de um ótimo caráter, fico muito feliz por ele ter ganho essa oportunidade de jogar no Inter. Aqui no clube, estava um pouco difícil para ele ter chance. Foi o melhor para o Lucas a saída. Tenho certeza de que o Inter terá muitas alegrias com ele.
Que jogador desembarca aqui em Porto Alegre?
Trata-se de um cara forte, que pegou um físico muito bom aqui. Quando veio do Brasil, estava com o corpo meio fininho (risos). Como na Alemanha os trabalhos são fortes, ganhou massa. Uniu isso à boa estatura que tem. Como zagueiro, Lucas tem qualidade para a saída de bola, não se aperta e mostra tranquilidade para sair jogando. Tem coragem e técnica para isso. É um jogador que vai, com certeza, ter ótimo futuro no futebol. Ele precisa, por estar sem atuar há um bom tempo, de confiança e ritmo de jogo. No momento em que conseguir isso, deslanchará e mostrará o potencial dele. Evoluiu aqui como zagueiro e, tenho certeza, evoluirá mais ainda no Inter, com o bom grupo que tem aí.
Por que ele jogou tão pouco no Hoffenheim?
O que foi difícil para ele foi a língua alemã. Dificultou muito e foi um dos fatores para não ter jogado mais. O Lucas não conseguia se expressar em campo, nos treinos, tive sempre de ajudá-lo. Foi um dos fatores por ele não ter jogado mais. Isso, creio que tenha sido o grande obstáculo no Hoffenheim. No Inter, estará em casa. Percebi nele muita gana e vontade para vencer no Inter. Além de uma felicidade imensa. Tenho certeza de que esse guri vai dar certo. É uma pessoa valiosa. Me impressionou muito nesse tempo todo que, mesmo não jogando e não sendo relacionado, nunca baixou a cabeça. Pelo contrário, procurou treinar da melhor forma possível e sempre foi positivo. Isso não é normal em um guri de 20 anos. É preciso um ótimo caráter, e fico orgulhoso dele por isso.