A Chapecoense recebe o Avaí, quarta-feira (8), pelas quartas de final do Catarinense. A grande novidade estará fora de campo. Em um telão de 60 metros quadrados (20 metros de comprimento por três de altura), estarão conectados 300 torcedores de forma simultânea. Eles em suas casas, os jogadores no campo e todos conectados pela mesma causa, como era no velho normal.
O plano da Chape é permitir que seus 6,8 mil associados possam dar as caras no telão. Pelos cálculos da gerente de marketing da Chape, Juliana Sá Zonta, cada um aparecerá por quatro minutos, com direito a interagir e empurrar os jogadores desde sua casa. Funciona mais ou menos assim: o torcedor estará em casa, paramentado e conectado e, quando faltarem alguns minutos para ele aparecer no telão de led, uma mensagem chegará ao seu celular. É o tempo suficiente para ele caprichar na torcida, quem sabe até reunir a família.
A tecnologia, importada do Vale do Silício, está sendo disponibilizada pela startup gaúcha de tecnologia Claq. Começou com plateia virtual para shows de comédia, enveredou para as palestras, futebol e, agora, está próxima de servir de ferramenta para aulas em universidade. Caso a Chape avance para a semifinal do Catarinense, o plano é colocar mais telões e preencher, além da arquibancada oposta às cabinas, os dois setores atrás das goleiras.
A ideia já vem sendo usada em alguns jogos da Europa, como em formato diferente, com os torcedores aparecendo nas placas ao redor do campo. Como foi no domingo, na partida Liverpool 2x0 Aston Villa. No caso da Chape, o clube prepara um pré-jogo, comandado pelo locutor oficial da Arena Condá e que terá show de banda local e interação com os associados que estiverem conectados. No intervalo, também haverá ações e ativações. Como era até sermos engolfados pela pandemia. A diferença é que, em vez de juntos, estarão cada um ponto da cidade. Ou mesmo do mundo.
É bem possível que tenhamos essa mesma torcida digital por aqui, na retomada do Gauchão. A FGF abriu conversas com a Claq e até já fez testes no Beira-Rio há cerca de 10 dias. O projeto ainda está em fase de execução e ainda será definido se os telões aparecerão em todos os estádios. O certo é que, na Arena e no Beira-Rio, serão maiores, com 288 metros quadrados (72 metros de comprimento por quatro de altura). Inicialmente, seriam dois. A capacidade também seria maior, com possibilidade de liberar o áudio de até 5 mil torcedores conectados.
Como o Brasileirão começará em agosto sem torcida, há uma perspectiva de que essa tecnologia também seja usada na competição, a partir de um acordo com a CBF. A Claq já finaliza negociações com a FPF para oferecer sua plateia conectada nesta retomada do Paulistão.