O Gauchão ganhará novo horizonte na tarde desta quinta-feira (18), no Palácio Piratini. A ideia da FGF é apresentar ao governador Eduardo Leite um pacote de medidas que o convençam de que é possível retomar o futebol no Estado em 19 de julho. Leite deixou aberta a porta para eventuais mudanças e disse que poderia rever pontos, desde que seja convencido de que nenhuma vida será colocada em risco.
É com o propósito de provar que o Gauchão pode ser retomado sem colocar em risco jogadores, comissões técnicas e todos os demais envolvidos em um jogo que a FGF pisará no Piratini nesta tarde. O plano passa por apresentar protocolos de saúde, de logística e uma ideia de regionalização, com os jogos limitados a duas sedes. O objetivo não é levar oferta de duas cidades como endereço dos 23 jogos que faltam para finalizar a competição — serão 21, caso o Caxias também vença o returno.
Sobre a questões dos treinos, a intenção é apresentar um pleito dos dirigentes de que o futebol seja extraído das classificações por bandeiras do plano de distanciamento criado pelo governo. O argumento é de que os clubes são capazes de criar bolhas sanitárias que tornam os jogadores mais protegidos do que a população em geral.
Também, conforme me revelou um dirigente, há a disposição, entre outras medidas, de aumentar a testagem para a covid-19, caso esse seja uma prerrogativa para retomar o Gauchão. Mesmo que isso represente um custo a mais.
A posição do governo vai em caminho contrário. O secretário Francisco Vargas, em entrevista ao site GloboEsporte.com, deu sinais de que o plano do Piratini é empurrar em duas semanas a retomada do Gauchão. Ou seja, em vez de 19 de julho, conforme a pretensão da FGF e dos clubes, o campeonato seria reiniciado em 2 de agosto.
Com o aumento da permanência da bandeira vermelha para 15 dias, haveria tempo suficiente para que Caxias do Sul e Ijuí, por exemplo, ganhassem tempo na busca pela migração para a laranja, que permite os treinos em pequenos grupos.
Questão futura
Na verdade, os clubes do Interior que terão as Série C e D, principalmente, precisam fechar duas pontas que são distantes. Usando uma figura surrada, é a velha história do cobertor curto. Ao mesmo tempo em que pressionam para jogar logo o Gauchão e, na maior parte deles, cumprir os três jogos que faltam, temem no futuro um alongamento do calendário.
É bem provável que a CBF comece a retomada pelas Séries A e B e deixe as outras duas divisões para mais adiante. Ou seja, caso o Gauchão seja retomado em 19 de julho, como querem os clubes, os contratos precisarão vigorar a partir do final deste mês. Mas já há em cogite de que a Série D, por exemplo, seja empurrada para começar em outubro ou até novembro, com uma mudança de fórmula de disputa.