As conversas do Inter com Eduardo Coudet traçaram o seguinte mapa para o clube no mercado: com sete jogadores, as demandas do grupo para 2020 estão atendidas. Desses sete, quatro são nomes para chegar e entrar no time. As posições são guardadas a sete chaves pela direção e por Coudet. Mas é possível, a partir de rápida interpretação, apontá-las: um volante, que é Musto, dois laterais – um esquerdo e um direito – e um atacante.
Todas definições sobre a montagem do grupo são feitas em consonância com o técnico, que tem participado das decisões. Mesmo que só a partir desta quarta-feira ele esteja no Beira-Rio, o trabalho visando a 2020 começou em outubro, com o acerto entre as partes.
Eduardo Coudet, desde as primeiras conversas com o Inter, deixou bem clara sua ideia de jogo. Gosta de um time intenso, que seja protagonista com marcação agressiva e linhas avançadas. Com a bola, exige transições rápidas e poucos toques até a definição da jogada. Ou seja, nada de passes laterais ou tempo para que o adversário se reorganize em campo quando desarmado.
Chamou a atenção do técnico, nos vídeos do Inter aos quais assistiu, os imensos espaços entre os setores da equipe. Em imagens de treinos que recebeu, Coudet teria ficado espantado com o ritmo dos trabalhos. Sua ideia é outra, com sessões mais curtas, porém, em alta voltagem, de intensidade semelhante à do jogo.
Numa das conversas com a direção, ainda em meio à definição de sua vinda, Eduardo Coudet resumiu o que pensa de futebol. Em síntese, avisou: "Comigo, quem não corre não joga". Na entrevista concedida ao programa No Todo Pasa, da TyC, na segunda-feira, Coudet mandou o recado de como imagina sua equipe: “En mi Inter, nadie va a caminar. Corren todos”.
Numa tradução rápida, "no meu Inter, ninguém vai caminhar. Todos correrão". Essa, aliás, era uma das angústias da direção colorada quando pensou na mudança de técnico em outubro. Por isso, foi à Argentina atrás de alguém que capitaneasse um projeto definido como de "ruptura".