O Rio Grande do Sul foi, infelizmente, palco de mais dois casos de racismo nos gramados nesta semana, ambos em jogos de categorias de base. Com esses dois novos episódios, o levantamento repassado à coluna pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol entra dezembro com meia centena de casos registrados, sendo 16 deles no Rio Grande do Sul.
O primeiro caso foi no fim de semana, num jogo da categoria sub-17 na Capital. O ato racista partiu das arquibancadas. O garoto não fez registro na polícia, mas publicou desabafo em sua conta no Twitter, contando ter “começado a chorar dentro da área.”
O segundo caso da semana aconteceu quarta-feira (4), em Grêmio 2x2 Nacional-URU, pela Copa Ipiranga, no Sesc Campestre. Auxiliar do sub-20 do Grêmio, o ex-jogador João Antônio foi chamado de “negro palhaço” pelo técnico uruguaio Tabaré Alonso, quando ambos tentavam apartar os jogadores em uma confusão surgida ao final da partida. O caso foi registrado na 14ª Delegacia de Polícia Civil, para onde os dois foram levados. Segundo o delegado Cléber Lima, o uruguaio se desculpou e alegou que, em seu país, esse termo não teria cunho racista. João Antônio aceitou o pedido de desculpas e preferiu não levar o caso adiante.