O caso de injúria racial contra o auxiliar técnico do time sub-20 do Grêmio, João Antônio, não terá andamento na Polícia Civil. O ex-volante gremista optou por não fazer uma representação criminal contra o treinador da equipe do Nacional-URU, Tabaré Alonso.
João Antônio procurou a 14ª Delegacia da Polícia Civil alegando ter sido xingado de "negro palhaço" por Tabaré Alonso durante uma confusão após o empate por 2 a 2 entre Grêmio e Nacional na noite dessa quarta-feira (4), pela Copa Ipiranga Sub-20, no gramado do Sesc Campestre, em Porto Alegre. O incidente também consta na súmula da partida.
Na delegacia, Tabaré Alonso alegou que não teve a intenção de cometer um ato de injúria. O uruguaio disse que não falou a expressão “negrito payaso” — negro palhaço, em português —, mas sim “no seas payaso” — não seja palhaço, na tradução. De acordo com o boletim de ocorrência, João Antônio aceitou as desculpas e os dois chegaram a apertar as mãos na delegacia.
Com a decisão de João Antônio de não dar seguimento, o caso está encerrado, explicou o delegado Cléber Lima.
— Foi feito o registro, mas não a representação criminal. Como a vítima aceitou as desculpas, o caso encerra por aqui. Ficou entendido que foi uma discussão de jogo e não um ato de injúria — explicou.
Na súmula do jogo, divulgada pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) na tarde desta quinta-feira (5), consta que o caso foi relatado pela Brigada Militar. No entanto, o árbitro da partida, Marcello Ignácio Domingues Neto, escreveu que nenhum membro da comissão de arbitragem percebeu o xingamento do uruguaio.