Ainda levará um tempo para que o Grêmio absorva por completo a pancada sofrida no Maracanã. O 5 a 0 retumbou na alma e balançou uma estrutura que vinha alicerçada havia três anos. Uma queda como essa para o Flamengo exige revisões, análises profundas e um olhar mais adiante no futuro.
Porém, tudo isso deve ser feito sem desconectar-se do presente, da necessidade de buscar a vaga na Libertadores. Ficar de fora da competição em 2020 talvez seja o desdobramento mais agudo da goleada de quarta-feira.
Renato Portaluppi precisa levantar rapidamente do maior tombo que sofreu em 324 jogos como técnico do Grêmio. Mais do que isso, precisa reagrupar forças e colar fissuras que ficaram de uma quarta-feira que levará tempo para acabar.
Uma delas diz respeito a Diego Tardelli. Um dos jogadores mais caros do grupo, a cereja do bolo trazida em fevereiro para dar o toque de classe ao time, ele assistiu do banco a André ser titular. Só entrou depois do 3 a 0. Resta saber como reagirá a essa situação. A lateral direita, que teve a improvisação de Paulo Miranda, voltará a ser de Léo Moura?
Maicon, que vinha atuando a base de infiltrações, seguirá jogando dessa forma? Jean Pyerre, quando voltará? Em paralelo a essas soluções imediatas, há uma renovação batendo à porta do vestiário. Paulo Victor terá clima para seguir como titular no gol? Paulo Miranda, cujo contrato foi prorrogado até o fim de 2021, é uma alternativa confiável na defesa?
As laterais clamam por novas soluções. Maicon é uma liderança e referência, mas seu caso precisa ser analisado com calma. André, que nunca foi solução, virou um problema.
Tem mais dois anos de contrato e um salário elevado. Há ainda Luan, cujo contrato expira no ano que vem. Ou seja, o Flamengo descortinou uma renovação que o Grêmio planejava sem pressa. E que agora precisará andar no ritmo da torcida.