Fica evidente nas primeiras entrevistas dos jogadores depois da chegada de Zé Ricardo que havia, no vestiário, uma silenciosa restrição à forma de atuar do Inter. Nada que levasse a transgressões ou resistência ao trabalho de Odair Hellmann.
Pelo contrário, havia engajamento do grupo e fidelidade ao técnico. Porém, pelo segundo dia seguido vieram declarações elogiosas ao modelo adotado por Zé Ricardo.
Na quarta-feira, Paolo Guerrero mostrou otimismo com a ideia implantada pelo técnico e valorizou sua convicção em colocar o time a marcar mais à frente e cobrar de todos que ataquem e defendam.
Quinta-feira, foi a vez do zagueiro Victor Cuesta. Admitiu uma dificuldade inicial para mudar tão rapidamente a forma de jogar, mas valorizou o fato de o time adotar postura mais ofensiva, com todos avançando para encarar o adversário já em seu campo. Bem ao contrário do que fazia sob o comando de Odair nas partidas fora de casa.
Zé Ricardo entendeu o recado da direção, no caso Rodrigo Caetano, o responsável pela sua contratação. A mudança no comando do time na reta final do Brasileirão, embora tenha dividido opiniões nos bastidores do clube, em uma razão ela teve consenso: o Inter precisava jogar de forma agressiva e apostar em jogadores capazes de dar ao time velocidade maior.
A primeira formação de Zé Ricardo atende a esse anseio. Parede, Neilton e Wellington Silva não são nomes que garantem qualidade técnica para decidir sozinhos. Mas oferecerão na Fonte Nova, contra o Bahia, energia para marcar mais à frente e recompor quando essa primeira linha for vencida.
Um modelo que foi visto no 3 a 1 sobre o Atlético-MG, no Independência. Um jogo que virou exemplo dentro do Inter de que era possível ser diferente fora do Beira-Rio.