Foi empate com gol, o que nunca é favorável para quem decidirá fora. Foram apenas 25, 30 minutos de Grêmio. Não mais. Diante de tudo isso, o 1 a 1 na Arena fez o Tricolor fechar a noite com sentimento de alivio.
Porque em dois terços do jogo, o Flamengo sobrou em campo. Mostrou superioridade alarmante no primeiro tempo, que não fechou em 2 a 0 por intervenção do VAR e ação divina. O que se viu no primeiro tempo foi um time com a bola, costurando, armando, com uma movimentação tão intensa que parecia atuar com 15 jogadores.
O Flamengo tonteou o Grêmio e expôs algumas de suas fragilidades, como a insegurança do goleiro Paulo Victor, a exemplo do que já havia ocorrido contra o Palmeiras no Pacaembu. Ele falhou nos dois gols anulados do primeiro tempo. Aliás, havia tempo que não se via a torcida gremista ansiar tanto pelo intervalo.
Renato mudou a postura do time, engajou Tardelli, Everton e Luan na marcação e acabou com o passeio do Flamengo do meio para a frente. Essa medida fez com que o Grêmio saísse de trás, se instalasse no campo de ataque e passasse a criar, organizado por um Luan aceso e insinuante com a bola. Everton teve a melhor chance, mas parou em Diego Alves.
No minuto seguinte, o goleiro salvou chute de Matheus Henrique, que fechou rápida troca de passes. Era o Grêmio, enfim, entrando em cena. Tanto que Diego Alves pediu atendimento para esfriar o ímpeto. Foi justo no unico momento em que o jogo tinha tons azuis que o Flamengo mostrou poder. Numa troca de passes desde a defesa, desorganizou a marcação e chegou ao gol com Bruno Henrique.
Havia justiça no placar, embora o gol tivesse saído no melhor momento tricolor. O segundo viria em seguida, com Gabigol desviando para as redes depois de aproveitar espaço nas costas de Galhardo. No entanto, foi anulado pelo VAR em função de impedimento.
A salvação veio pelas mãos de Renato. Ele mudou o time em busca de uma saída. Que chegou no final e pelos pés de dois jogadores que ele tirou do banco de reservas. Maicon, chamado para o lugar de Michel, iníciou a jogada, e Pepê, colocado na vaga de Alisson, entrou a jato na área para completar o cruzamento de Everton.
Era o gol do alívio, que resgatava o sorriso em uma noite que parecia perdida e se encaminhava para deixar Santiago do Chile mais longe do que realmente é. A decisão ficou mesmo para o Maracanã. A vantagem pelo regulamento é do Flamengo. Mas, depois de ontem, pode-se dizer que quem saiu na frente na batalha mental foi o Grêmio. Afinal, salvou uma noite que parecia perdida.