Tirando parte do segundo tempo, o Grêmio foi envolvido. O empate em 1 a 1 saiu melhor do que a encomenda. Premiou a bravura tricolor, que lutou muito, mesmo diante da superioridade e do volume do Flamengo. Renato Portaluppi fez mexidas arriscadas na reta final, para frente. Deu-se bem. Pepê empatou.
Mas deixar Maicon no banco em um jogo desse nível teve reflexos. No primeiro tempo, o Grêmio não viu a bola. O Flamengo ficou trocando passes no campo de ataque. Adiantou linhas. Antecipou cada lance. Finalizou três vezes rente à trave. Marí e Rodrigo Caio jogaram adiante da divisória, para se ter ideia. Everton e Alisson viraram marcadores de Rafinha e Filipe Luís.
Sem Maicon, o Grêmio se perdeu na transição. Michel se resumiu a cometer faltas. Luan e Matheus Henrique se viram envolvidos pela movimentação do Flamengo, cujos jogadores flutuam do meio para frente, sempre próximos da bola. Sufocado, o Grêmio abusou da ligação direta e errou passes.
Não fosse o VAR, que anulou três gols do Flamengo, dois deles impedimentos de centímetros, o Grêmio poderia ter sido eliminado na Arena. O VAR também impediu a expulsão de Michel. Este um lance, no mínimo, polêmico. No segundo tempo, os papéis se inverteram. O Grêmio, mais inteiro, passou a jogar com qualidade superior, valendo-se de Luan e Tardelli muito mais participativos. O duelo de meio se equilibrou.
Em 20 minutos, Diego Alves fez três defesas. Curiosamente, no melhor momento do Grêmio, o gol do Flamengo. Que, já dando sinais de cansaço, tabelava com lentidão. O Grêmio caiu na armadilha. O Flamengo fez o balanço, atraindo a defesa do Grêmio (David Braz e Kannemann saíram) para o lado esquerdo.
Galhardo ficou só contra Bruno Henrique, que abriu o placar, de cabeça. Aí o Flamengo passou a apostar no contra-ataque, com direito a alguma catimba. Cada falta era valorizada. Para se classificar, o Grêmio terá de ter outra postura no Rio. As voltas de Geromel, Jean Pyerre e, certamente, de Maicon, certamente acrescentarão muito.