O Inter chegou até aqui pelas mãos de Odair Hellmann. Construiu um time quase de forma artesanal, criou uma ideia de jogo, concordemos com ela ou não, e reconquistou respeito pelo trabalho e pelas ideias do seu técnico. Há muito mérito dele nessa caminhada de volta do clube, em passos largos e bem mais rápido do que se imaginava. Só que, apesar de tudo isso, a partir de domingo (22), contra a Chapecoense, Odair começa a jogar mais do que o returno do Brasileirão. Pode-se dizer, sem receio, que sua temporada 2020 começa a ser desenhada nestes próximos 19 jogos.
Odair sabe disso. Em conversas com pessoas ligadas aos bastidores do Beira-Rio, o tom é de que o técnico já foi alertado de que chegou a hora de ousar mais, de colocar a mão no time, de mexer em algumas peças para deixá-lo mais agudo e agressivo. O Inter nunca deixou de competir nesses últimos dois anos, mas precisa mostrar nestes últimos três meses do ano que pode fazer isso com uma postura mais ofensiva.
Houve conversas com o técnico nesse sentido. Ele sabe que essa mudança de comportamento em campo passa, necessariamente, pelo rejuvenescimento do time. Faltou ao Inter energia em horas decisivas. Foi assim na final de quarta-feira (18), quando acabou empurrado para trás nos últimos 20 minutos e não conseguiu reagir. A partida de domingo passado (15), contra o Atlético-MG, virou um modelo do que o contexto do Inter imagina como ideal. Para alguns, foi a melhor atuação na temporada 2019. Houve marcação firme sem perder a intensidade e o poder ofensivo. Todos sabem, porém, que isso só foi possível porque se tratava de um time com vitalidade.
Talvez já no domingo o torcedor veja um Inter com outras feições. O lateral-direito Heitor está em alta. O caminho para Zeca na esquerda parece pavimentado. Nonato é outro que também pode ter vez. O returno virou a nova Copa do Inter e o caminho que apontará o futuro de Odair. Ele sabe disso.