Na manhã de quarta-feira (4), no Palácio Piratini, o Inter deu um passo histórico em seus 109 anos de vida. A assinatura do projeto de lei que repassa ao clube a área de 736 mil metros quadrados em Guaíba representa a penúltima etapa antes de deflagrar a Operação Cidade do Inter, um CT com 10 campos, hotel para o grupo principal, instalações modernas e alojamento para 80 garotos das categorias de base.
Depois da solenidade, a coluna conversou com o vice-presidente de Negócios Estratégicos do clube, João Pedro Lamana Paiva, sobre a efetivação do acordo com o governo do Estado. Falta ainda a aprovação da Assembleia Legislativa, o que deve acontecer, prevê Lamana, até o começo de outubro.
Qual o sentimento depois de cumprir essa etapa de regularização do terreno do CT?
Hoje (quarta-feira) é um dia que ficará marcado na memória de cada colorado, em vermelho. O trabalho, você não imagina, que é dar conta de todas as exigências legais. Mas não para por aí. Tem mais vindo pela frente.
Qual o próximo passo?
O próximo passo será ainda dentro do próprio projeto. Ficou faltando uma nesga de terra, que é algo de antes de 2014. São 15,1 mil metros quadrados. O projeto de lei apontou área de 736 mil metros quadrados no projeto de lei. Agora, para não atrasar, preparo material, que entregarei na casa civil, pedindo complemento da área. No total, serão 751 mil metros quadrados.
Por que essa área ficou de fora?
É algo como hectare e meio. Fica em um canto do terreno, mas pega um pedaço dos campos. Foi desapropriado pelo Estado, um herdeiro recorreu. Mas voltou ao Estado faz dois anos. Ninguém havia se dado conta. Percebi quando fui examinar a documentação e constatei isso. Pedi que eles (Casa Civil) completassem com a outra matrícula (do terreno). Além desse total de 751 mil metros quadrados, há mais 149 mil metros quadrados, de frente para a Estrada do Conde, que será a fachada do CT.
O próximo passo será ainda dentro do próprio projeto. Ficou faltando uma nesga de terra, que é algo de antes de 2014. São 15,1 mil metros quadrados"
JOÃO PEDRO LAMANA PAIVA
Vice-presidente de negócios estratégicos do Inter
Essa área era toda do Estado?
Estou indo para Guaíba ver com a prefeitura porque, dentro dessa área, passa uma estrada municipal. O poder público de Guaíba tem de desafetar essa área. A ideia é que faça a doação ao clube, e damos como contrapartida uma avenida de 800 metros de extensão na frente do CT. É a Avenida Ismael Chaves Barcellos, que é avô do Alexandre Chaves Barcelos, nosso vice-presidente. Nessa fachada colocaremos os nomes dos colaboradores na construção do CT.
O senhor falam em R$ 2 milhões por mês para dar a largada na obra. Como buscar esses recursos?
A partir dessa regularização, começo a trabalhar forte nos meu planos, que é um projeto arrojado. A ideia é buscar com os associados e empresários locais. Estamos fechando uma pesquisa com uma universidade para fazer a consulta com nossos 120 mil sócios se estariam dispostos a colaborar com um pequeno aumento na mensalidade. Se arrecadar com eles R$ 40 milhões, precisarei buscar apenas mais R$ 30 milhões com empresários, valor que seria rateado em 24 meses. Uma segunda alternativa é através da Lei de Incentivo ao Esporte, que ajuda para erguer a parte das categorias de base.