A queda técnica de Marcelo e a longevidade de Filipe Luís, que completa 34 anos em agosto, fazem da lateral esquerda da Seleção Brasileira um posto em aberto. Parece natural que Alex Sandro assuma uma das vagas. Para a outra, anote um nome a ser observado: Bernardo.
Aos 23 anos, o lateral do Brighton chegou na metade de 2018 ao clube inglês e, desde novembro, é o dono da posição, depois de ser usado até como zagueiro.
O guri aprendeu a marcar em casa, com o pai, o ex-volante Bernardo. Os colorados com mais de 30 anos vão se lembrar dele: em 1990, foi buscado no Bayern de Munique para reforçar o meio-campo do Inter. Antes, havia sido campeão pelo São Paulo e jogado pela Seleção Brasileira.
Bernardo filho também passou pelo São Paulo, mas foi dispensado aos 15 anos. Rodou até chegar ao RB Brasil. Ali, brilhou o olho dos europeus e cumpriu todas as etapas nos times da Red Bull: primeiro no Salzburg, da Áustria, e depois no Leipzig. O Brighton pagou 8 milhões de libras (R$ 41,6 milhões) por ele e assinou por quatro anos.
Aluno do Colégio Santa Cruz, escola da elite paulistana, Bernardo foge do padrão do futebol. Fez dois semestres de jornalismo e é consumidor de programas jornalísticos de TV e de notícias em sites. Em seus fones, escuta podcasts que vão de política mundial a futebol.
O que lhe dá embasamento para discutir temas como racismo, que diz ter sentido de forma mais acentuada no Brasil. Em entrevista ao UOL, contou que era comum ser vigiado por seguranças em shoppings e que foi confundido com um flanelinha, certa vez.