A Comissão Especial do Conselho Deliberativo do Inter que investiga os atos cometidos pela gestão Vitorio Piffero entregou nesta segunda-feira o relatório de sua investigação, finalizando 11 meses de trabalho. No documento, de cerca de 80 páginas, estão apontados 15 fatos. A maioria deles se caracteriza como atos de gestão irregulares ou temerários. Outros foram enquadrados como erros administrativos que infringiram o código de ética do clube.
Por isso, a Comissão, além de encaminhar cópia do relatório para o presidente do Conselho Deliberativo, Sérgio Juchem, enviou outra para a Comissão de Ética e Disciplina do órgão. O presidente do Conselho já anunciou ao plenário, na reunião ordinária desta segunda-feira, que convocará uma nova sessão nos próximos dias para votação do relatório. Para tanto, cada conselheiro receberá uma cópia do documento.
Caso o relatório seja aprovado, os denunciados pelos atos de maior gravidade serão enquadrados na Lei do Profut (13.155/2015), que prevê como punição ficarem proibidos de ocupar cargos eletivos e diretivos em qualquer entidade desportiva profissional por 10 anos.
A Comissão Especial iniciou seus trabalhos em outubro de 2017. Foi criada depois de uma sindicância, também criada pelo Conselho e capitaneada pelo conselheiro José Amarante, listar 12 apontamentos de supostas irregularidades nas contas da gestão 2015/2016. Nesse período, reuniu mais de 3 mil páginas de documentos e fotos e inspecionou locais em seis cidades — Eldorado do Sul, Guaíba, Imbé, Viamão, Arroio do Sal e Balneário Gaivotas (SC). A partir dessa investigação, elencou os 15 fatos suspeitos que se caracterizariam como atos de gestão temerária ou irregular.
Durante os trabalhos, oito dirigentes da gestão passada foram convidados a depor: Vitorio Piffero (ex-presidente), Emídio Marques Ferreira (ex-vice de Patrimônio), Pedro Affatato (ex-vice de Finanças), Giovani Gazen (ex-vice jurídico), Luiz Henrique Nuñez (ex-vice de Marketing), Geraldo Almeida (ex-vice do Parque Gigante), Sandro Farias (ex-vice de Transparência) e Alexandre Limeira (ex-vice de Administração). Apenas Affatato não compareceu. O ex-dirigente também não se manifestou por escrito.